Nas últimas semanas tanto WhatsApp quanto Viber, dois dos principais serviços de mensagens entre smarthones, foram vendidos. Embora ambos sejam concorrentes diretos e importantes, os valores das negociações foram bem diferentes — o WhatsApp foi vendido por US$ 16 bilhões ao Facebook, enquanto o Viber custou “apenas” US$ 900 milhões à Rakuten.
Do outro lado, as operadoras de telecomunicação se preocupam. A firma de análises Ovum, por exemplo, estima que essas empresas vão perder US$ 386 bilhões entre 2012 e 2018 para aplicativos de mensagem.
Enquanto isso, a guerra entre os apps vai ficando mais apertada e chega a um novo patamar. Poucos dias após as negociações, já podemos observar claramente o impacto das aquisições recentes.
O WhatsApp, que quase nunca muda, já prometeu que até o segundo trimestre de 2014 irá lançar uma atualização que permite chamadas de voz — assim como seus concorrentes Viber, Line, BBM, e outros fazem.
O Viber não perdeu tempo e, em menos de 24 horas, respondeu com mais um anúncio interessante. No Brasil, onde acabou de instalar escritório, a rede permitirá aos usuários fazerem ligações gratuitas para telefones fixos durante quinze dias.
E outros players entram na disputa com propostas interessantes para esse mercado bilionário. Bastou que o WhatsApp ficasse instável durante apenas um dia para que os russos do Telegram conquistassem 4,95 milhões de usuários em 24 horas.
O aplicativo tem alguns diferenciais bem interessantes para seus clientes. Ele permite que as mensagens se autodestruam (como no Snapchat), a API é aberta e não há limites no tamanho dos arquivos que ele suporta.
A cereja do bolo vem com a segurança e a criptografia. A equipe do Telegram é tão confiante na segurança, que ofereceu US$ 200 milhões ao hacker que encontrasse falhas no sistema. Além disso, os usuários podem criar “chats secretos” em que as mensagens recebem uma criptografia especial, quase impossível de ser espionada por qualquer programa governamental.
O mais interessante é que o Telegram é gratuito. E não tem publicidade. Seu criador garante que o objetivo do aplicativo não é ter lucro nem nada do tipo, mas sim apenas oferecer um serviço gratuito e fora das garras da NSA.
Mas, o Telegram não tem 450 milhões de usuários. O WhatsApp, sim (além de um caixa bilionário e o guarda-chuva do Facebook). Ele vem só para incomodar os gigantes e garantir que o usuário sempre saia ganhando nessa disputa dos aplicativos de mensagens.
Isso tudo para não citar o Skype, que em 2011 foi vendido à Microsoft por US$ 8,5 bilhões, ou ainda o chinês WeChat, que já tem mais de 272 milhões de usuários ativos (quase metade do WhatsApp). Definitivamente, a briga não é pequena.
Em poucos anos a telefonia evoluiu muito, e agora chega a um nível completamente novo . Das caríssimas linhas fixas nos anos 90, para os celulares, depois chegando aos serviços de dados, ao surgimento dos aplicativos de mensagem nos smartphones… Seja lá qual for o próximo passo, quem sai ganhando com certeza são os usuários.