O Startupi conversou com Franklin Luzes, COO da Microsoft Participações, para falar sobre os projetos que a empresa realiza no País para auxiliar desde jovens empreendedores até grandes startups e fomentar o ecossistema empreendedor do Brasil.
Segundo Franklin, a estrutura de programas realizados pela empresa conta com vários parceiros e tem um objetivo comum: “Queremos transformar o País por meio da geração de uma jornada empreendedora. Queremos desenvolver o ecossistema brasileiro que ainda está em formação”, diz.
Para Franklin, o Brasil não tem uma tradição internacional como tem os Estados Unidos ou Tel Aviv, em Israel, que é o centro de várias empresas grandes e famosas como o Waze. Então, o papel da Microsoft é buscar a criação de condições pra que esse ecossistema seja criado, começando desde a educação básica, onde programas da empresa para escolas pretendem levar crianças para a programação e iniciar o contato com os softwares. “Nós temos programas de aprendizagem para alunos e professores”, comenta ele.
Dentre os programas da companhia em parceria com instituições de ensino, destacam-se o Microsoft IT Academy, que oferece aos professores e estudantes conteúdos para qualificação em TI com certificações; o DreamSpark, que fornece aos estudantes software da Microsoft gratuito para fins de aprendizado, ensino e pesquisa e o Student to Business (S2B), voltado para estudantes de todo o Brasil e visa proporcionar mais chances de empregabilidade aos participantes, oferecendo treinamentos em tecnologia para alunos dos ensinos médio, técnico, superior e de pós-graduação.
Para os jovens empreendedores já cursando a faculdade, o principal programa de incentivo da empresa é a Copa mundial da Microsoft, chamada Imagine Cup, que tem o objetivo de resolver problemas da atualidade estimulando e criando oportunidades para que os estudantes utilizem a criatividade envolvendo-se com as próximas gerações de jogos e apps. O programa também oferece oportunidade para que os participantes conheçam alunos de várias partes do mundo e ganhem prêmios e bolsas de estudo. O evento foi criado pela Microsoft em 2003 e é realizado em três categorias: jogos, inovação e cidadania. No Brasil, a próxima edição da Copa acontecerá entre os dias 26, 27 e 28 de abril em Belo Horizonte.
A partir daí, que o jovem já participou da Copa e quer criar uma empresa, quando a pessoa já está formada e pronta para o mercado de trabalho, ela pode ser beneficiada por uma iniciativa recente da Microsoft, o Instituto Innovaction, que ajuda os empreendedores a tirarem suas ideias do papel. O Instituto ajuda na criação da empresa com a parte jurídica, contábil, financeira. “Esse instituto é sem fins lucrativos, ou seja, auxilia os jovens que estão começando a empreender sem nenhum custo e sem participação acionária nas empresas, permitindo que eles utilizem soluções na nuvem da Microsoft sem nenhum custo por até três anos, para empresas que tenham um faturamento pré determinado”, explica Franklin.
Ao fim desta “jornada empreendedora”, depois de passar por todos esses processos e já ter a empresa criada, a Microsoft disponibiliza para os empreendedores as três fases seguintes: programas de aceleração, pós aceleração, e o fundo de investimento da empresa, em parceria com outros grandes players do mercado.
A Microsoft Participações foi criada em 2012 para realizar investimentos estratégicos relacionados ao fomento de inovação e ao empreendedorismo brasileiro. Dois anos depois de sua criação, em parceria com a Qualcomm, a Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro e a ES Tech Ventures, foi lançado um fundo de investimento 100% nacional com foco no desenvolvimento de jovens empresas de base tecnológica: o Brasil Aceleradora de Startups Fundo de Investimento em Participações (FIP), que oferece investimentos de R$ 200 mil a R$ 3 milhões. Em 2015 o fundo recebeu o reforço da TOTVS Ventures.
Desde sua criação, o fundo captou R$ 12 milhões e criou a Acelera Partners, rede de pós-aceleração de startups que investiu na Aceleratech, aceleradora que incentiva empresas no estágio inicial. As startups que participam de seus programas recebem seed capital, mentoria, infraestrutura e acesso a uma rede de investidores anjos.
A Acelera Partners tem em seu portfólio cerca de 60 empresas. “Temos 14 empresas da fase de pós-aceleração e 45 aceleradas pela Aceleratech”, diz o COO. A Acelera Partners é responsável pelo programa de pós-aceleração voltado para as startups com faturamento recorrente de pelo menos R$ 120 mil ao ano e realiza investimentos por volta de R$ 400 mil por startup.
O fundo de investimento da Microsoft está aberto durante o ano inteiro e para receber investimento as startups precisam estar em forma de Sociedade Anônima e faturar, no mínimo, R$ 500 mil anuais. Cada aporte realizado pelo Fundo de Investimento é entre R$ 500 mil e R$ 3 milhões. Para receber capital do FIP, além da forma jurídica específica e o faturamento anual mínimo, as empresas precisam atender às especificações do fundo. “Nós investimos em soluções que geram impacto e ajudam na transformação do País, como saúde, educação, mobilidade, fintech e agritech”, explica Franklin.
O fundo é gerido pela MSW Capital