Ok, o desenvolvedor identifica-se como hacker, o marqueteiro como hustler (depois growth hacker) e o designer como hipster (imagino se logo vai virar um service experience hacker ou algo assim). Já vi também instituições que os classificam dessa forma. Todo mundo pode ser hacker de alguma coisa (deve ter até hacker de pão de queijo, hacker de relacionamentos) ou designer de alguma coisa (organizational designer, career designer, business model designer, bullshit designer). Tudo hipster! Haha, eu sei, o hipster morreu, vida longa ao hipster.
Estou no meio da leitura de um livro recém-lançado por Samir Rath e Teodora Georgieva. Chamado de “No Startup Hipsters”, o livro argumenta que o lado bom da cultura de startups traz também um lado ruim de culto. Não é um livro de auto-ajuda ou criticismo – na verdade, está cheio de ferramentas e princípios a serem observado para tomada de decisão s e referenciais diferenciados. Conheci Samir no Goal Belo e gravei uma entrevista com ele. Confira no vídeo abaixo.
Este editorial foi lançado na newsletter do Startupi:
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Ele é engenheiro eletrônico e trabalhou como economista, empreendedor, acelerador e investidor. Trabalha com estratégias de crescimento para o Centro Financeiro de Singapura. Depois, ele assumiu a expansão asiática da Knight Capital Group (KCG), empresa negociada na bolsa de valores de Nova York.
Ele saiu da empresa com uma grana em 2011 e passou a voltar seu trabalho para a problemática de como diminuir a mortalidade de startups em países emergentes. “Se em países mais desenvolvidos a taxa de mortalidade é altíssima, imagina em países onde não existe um bom ecossistema de suporte”, argumenta na entrevista. Entretanto, vale notar que, em seu livro, ele aponta que a cultura de ecossistema de suporte também pode trazer ineficiências: “não adianta nada o empreendedor achar que vale a pena ficar pulando de evento em evento, programa (de apoio) em programa”.
O tipo de ambiente ideal, para ele, seria San Francisco: “é um ambiente muito aberto de troca de ideias e surgiu organicamente”. Depois, ele frisa: “o governo deveria sair da frente”.
Dicas de Samir
- é importante que o mercado, o ecossistema, tenha “role models”, exemplos de atuação para se orientar;
- é preciso tomar cuidado com modelos de negócio: o capital de risco está crescendo mas ainda é muito pequeno em países emergentes, portanto não se pode contar com o luxo de ficar mantendo uma empresa que não tem fluxo de caixa positivo – que não tem dinheiro para pagar suas contas;
- empreendedor: seja estratégico;
- investidor: não se constrói algo como Google ou Facebook com 50 mil dólares.