O setor de startups imobiliárias no Brasil, conhecido como proptechs e construtechs, registrou um crescimento significativo de 13,5% em 2024, de acordo com o levantamento do Mapa das Construtechs e Proptechs, desenvolvido pela Terracota Ventures. Atualmente, o país tem 1.209 startups focadas no mercado imobiliário, que juntas geram emprego e renda para 22 mil pessoas de forma direta.
O estudo revelou que 87,1% dessas startups estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste, sendo São Paulo o estado com a maior participação, abrigando 46,6% das empresas do setor. Rafael Pizzotti Machado, CEO do Meu Imóvel, uma das proptechs de destaque, explica: “A região Sul e Sudeste concentra a maior parte da atividade imobiliária no país. Por exemplo, apenas a cidade de São Paulo responde por cerca de 25% dos lançamentos imobiliários de todo o Brasil.”
Momento das proptechs
A proptech Meu Imóvel é um exemplo significativo deste mercado. Utilizando inteligência artificial para gerar leads e ajudar compradores a encontrar os melhores imóveis, a plataforma já gerou mais de 1,2 milhão de leads e participou de mais de 14 mil vendas em nove anos, movimentando mais de R$ 7,2 bilhões. “Para termos sucesso na missão de entregar aos usuários os melhores imóveis, e aos incorporadores os melhores leads, desenvolvemos uma solução 100% focada na experiência do cliente. Isso envolve dizer não muitas vezes a demandas de incorporadores, que são nossos clientes pagantes, para que chegássemos em uma solução ótima para todos”, destaca Rafael.
O crescimento do número de proptechs e construtechs está diretamente ligado ao bom momento vivido pelo mercado imobiliário no Brasil. Uma pesquisa recente da Brain Inteligência Estratégica apontou que, pela primeira vez, em março deste ano, a venda de imóveis na capital paulista ultrapassou 100 mil unidades no acumulado de 12 meses, representando um crescimento de 25% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Outro dado relevante que comprova o bom momento do setor é o aumento de 44% na busca por imóveis em janeiro de 2024, em comparação a dezembro de 2023, registrado pela plataforma Meu Imóvel. “Acredito que a junção de ‘ano novo, vida nova’ com o tempo livre que as pessoas têm nas férias são um grande catalisador para o mercado nesse período. Além disso, as perspectivas de queda nas taxas de juros e a manutenção do governo também influenciam positivamente”, analisa Rafael.
Papel da IA no setor
As inovações tecnológicas desempenham um papel crucial no crescimento das proptechs e construtechs. A inteligência artificial, por exemplo, tem diversas aplicações no setor, desde o monitoramento de obras até a análise e geração de contratos imobiliários. “O limite do uso da AI é o limite da nossa criatividade. Há muitas possibilidades”, comenta Rafael sobre o impacto da tecnologia no mercado imobiliário.
O futuro das proptechs promete ser moldado por inovações tecnológicas que visam melhorar a eficiência e a experiência do cliente. Rafael acredita que, embora uma jornada 100% digital para a compra de imóveis ainda esteja distante, inovações como o atendimento inicial totalmente automatizado, que faz a triagem e direcionamento dos clientes aos corretores indicados, irão melhorar significativamente o atendimento no setor.
Em termos de impacto econômico, as proptechs também desempenham um papel importante na geração de emprego e renda, especialmente em São Paulo. “As proptechs de veiculação de produtos/imobiliárias desempenham um papel crucial para aumentar a renda dos corretores. Ao tratar leads melhores, o corretor fará mais vendas, e a comissão aumenta. Mais do que isso, leads melhores significam um tempo maior para desempenhar outras atividades, como trabalho de base existente, visitação com clientes, etc., que são vitais para as vendas”, explica. “Com a expansão do mercado imobiliário, toda a cadeia produtiva em torno dele também prospera, gerando aumento de receitas, emprego, renda, lançamentos de novos empreendimentos, ou seja, aumento da oferta e procura”, conclui.
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