“Olhem em volta: Dustin Moskovitz, Elon Musk, Eric Schmidt e sei lá qual é o nome do outro cara. O Kid Rock é a pessoa mais pobre aqui. Além de vocês.” É com esse humor ácido, depreciativo e cheio de referências que estreia a nova série da HBO Silicon Valley. A fala é do personagem Erlich, bem no início do primeiro episódio, mas é provavelmente o mesmo tipo de humor que irá permear a temporada inteira da série que quer mostrar como funciona o berço de empresas como Facebook, Google e Twitter.
Silicon Valley segue um programador chamado Richard, que, como tantos outros na cidade, trabalha duro e tenta criar um software que vai deixá-lo rico e despreocupado. Todos os estereótipos são abordados, dos geeks clássicos, ao CEO arrogante que faz de tudo para se manter zen e fora da realidade, até os vários discursos de como essa nova startup vai mudar o mundo e realmente fazer a diferença. Está tudo lá.
Silicon Valley sabe fazer rir com situações que cansam de ser relatadas. Como se não fosse suficiente a cutucada na cultura startup, a série também traz uma palestra do TED na qual o palestrante reitera a importância de não terminar a faculdade para empreendedores de verdade. Mais um dos modos de sucesso repetido exaustivamente a quem quer que tenha ouvido falar de startups ao menos uma vez.
As boas atuações do dono da incubadora Erlich interpretado por T. J. Miller e do atrapalhado programador Richard feito por Thomas Middleditch ajudam, mas o show fica por conta do roteiro, assinado pelo também idealizador da série, Mike Judge. Caso o nome não te diga nada, ele é o criador do famoso desenho de humor sádico Beavis e Butt-Head.
Silicon Valley tem tudo para ser um sucesso de audiência e levar novos seguidores ao Vale do Silício, só que agora por causa do humor que, claro, ainda tem uma pitada sádica.
Veja o trailer e, mais abaixo, uma entrevista com o criador da série, Mike Judge, que já foi programador no Vale do Silício e, para as telas, também já produziu Beavis and Butthead do America, Office Space (como enlouquecer seu chefe) e Idiocracy.
Mais Brasil
Para não ficar para trás e perder o bonde “os geeks também amam/riem/morrem”, a Globo decidiu fazer sua própria versão do Steve Jobs interpretado por Murilo Benício. A emissora trará em sua próxima novela das 7 a história de um jovem que faz um computador pessoal nos anos 90 e após conseguir ajudar de investidores, se torna CEO e se casa com uma estrela de cinema nos Estados Unidos. Para completar o leque de referências, a novela terá nome gravado com números, G3R4ÇÃO BR4S1L, e já conta com página no Facebook.