O Estado de Minas Gerais está chique que só ele. No final de 2012, o governador Antonio Anastasia anunciou que o Estado seria um associado do Media Lab, unidade do MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e a pareceria já começa a dar frutos, abrindo portas para oportunidades que podem interessar o borbulhante cenário mineiro de startups.
Pela parceria fechada com o MIT, que vale até novembro de 2014, o governo de Minas tem acesso às pesquisas que são desenvolvidas pelo Media Lab, e foi assim que o trabalho do pesquisador César Hidalgo chegou aos ouvidos dos mineiros. Quem me contou a história foi o professor Evaldo Vilela, secretário-adjunto de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais.
“O professor Hidalgo criou uma espécie de ferramenta que leva em conta dados reais vindos de base de dados sobre uma região e mostra o que aquele local produz e o potencial de produzir mais ainda”, explicou Evaldo, em uma conversa por telefone. “O projeto se chamada Product Space e, aplicado ao nosso Estado, ele vai mostrar o que Minas produz e o que pode vir a produzir, o nosso potencial. Isso será calculado para todos os municípios mineiros, para sabermos o que mais as nossas cidades podem produzir, com a estrutura que elas já têm.”
O professor Hidalgo já falou sobre o seu Product Space em um TED. Veja:
Segundo ele, com o Product Space, é possível arquitetar quais especialidades uma região precisa para diversificar a sua produção. “O Hidalgo trabalha com a análise de Big Data, então ele vai fazendo as combinações com os dados e é possível ter uma visualização da produção de Minas Gerais”, conta Evaldo. Segundo ele, a prioridade está sendo dada para os produtos que Minas exporta, já que, diz o professor, isso prova que o produto tem competitividade internacional.
“A nossa parceria com o MIT nos deu a possibilidade de conhecer tudo o que eles fazem e nós decidimos contratar o professor Hidalgo, já que ele já fez esse mapeamento para o Chile e para os Estados Unidos”, conta Evaldo. O secretário afirma que quer ir além e criar um mapa da produção de serviços de Minas Gerais. “O nosso PIB está muito em cima de serviços, então queremos estender para além dos produtos físicos.”
Com essa ferramenta de diagnóstico, Evaldo conta que quer resolver o problema da inovação em Minas. “A gente não conhece o Brasil. A gente não sabe porque fazer um polo científico numa cidade ou não. Isso é feito na intuição, passa quatro anos e muda essa intuição”, conta ele. “Queremos construir politicas publicas de fomento e planejar a diversificação da economia.”
Mas onde entram as startups nessa jogada? “O movimento das startups faz parte dessa diversificação da economia. O produto final vai ser lançado em agosto e estará público, para ser usado como ferramenta por administradores, estudantes e empreendedores. Com o mapa na mão, será possível criar propostas de políticas públicas para o Estado”, afirma o secretário. “Nós vamos colocar essas startups dentro de uma lógica de diversificação. A empresa não vai ser criada para nada. Nós vamos fomentar essa criação de novos negócios de acordo com a análise desses dados.”