Analistas de tendências talvez usassem a expressão “tribo” para designar o grupo viajante de inovadores, empreendedores e investidores nascidos em diferentes países, muitas vezes residentes temporários de outros lugares e frequentemente viajando, sendo ao mesmo tempo causa e efeito das ondas de inovação.
Passei os últimos dias na Europa, novamente. Mas desta vez não na Espanha, Alemanha ou Suécia, como doutrora, mas em Milão, a capital italiana dos negócios e do design, cidade onde as pessoas misturam tradição e requinte com o frescor das novidades. Foi lá, durante a U-Start Conference (veja nossa página dedicada), que assisti a um representante ministerial falar sobre quantas facilidades regulamentares o país oferece para startups. Foi neste evento que ouvi empreendedores inovadores debaterem sobre o que é, afinal, a excelência italiana.
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Acima de tudo, foi na U-Start em Milão que conheci empreendedores de diversos países que merecem muito mais do que a atenção que damos a eles. Os sul-africanos deram um show de inovação tecnológica (indo do diagnóstico de câncer de mama a carros elétricos) e venceram a competição global de startups com o aplicativo Over, que vem vendendo muitas e muitas unidades de seu aplicativo – que quer ser para os celulares o que o Photoshop foi para os computadores e notebooks. Hipster para caramba e made in South Africa, um país que vai muito além dos filmes de aventura.
Estavam lá russos, ingleses, franceses, suíços. Norte-americanos também, mas a festa foi puramente dos emergentes que estão, a partir de seus cantinhos, passando a dominar o mundo. O Qranio e a Easy Taxi iniciaram operações em vários outros países. Bonito de ver. Espero que seja apenas o começo de uma nova safra e que as pessoas continuem notando seus talentos e potenciais enquanto eles ainda estão em seus berços, não apenas quando vão para o território de expatriados, o Vale do Silício. Passemos a buscar tendências, conquistas, desafios e oportunidades não mais apenas nos lugares óbvios.
Este é um assunto que não se encerra com um editorial – ou mesmo com uma página dedicada. Volte sempre!