* Por Henrique Volpi
À medida que cresce a necessidade de soluções virtuais para problemas cotidianos, aumenta também o interesse pelo metaverso. A palavra, que foi inventada em 1992 por Neal Stephenson no romance de ficção científica Snow Crash, é o nome dado a um mundo de realidade virtual e tridimensional que evoluiu a partir da Internet.
Na história, os seres humanos em uma sociedade decadente escapam para um mundo digital realista, assumindo a forma de avatares para interagir uns com os outros, bem como com agentes de software.
O conceito de metaverso pode parecer muito ambicioso, extravagante e contemporâneo. Mas promissor. Os analistas da Bloomberg Intelligence prevêem que pode ser uma oportunidade de mercado de US$ 800 bilhões.
Em uma realidade caótica como a que vivemos atualmente, a possibilidade de mergulhar em um mundo alternativo é mais atraente do que nunca. Mas a Meta (antigo Facebook) está longe de ser a única empresa a dar passos em direção a um futuro mais virtual.
A gigante do varejo Walmart vem registrando pedidos de marca registrada para vários tokens não fungíveis, moedas e bens virtuais que serão vendidos no metaverso. A Epic Games organizou shows virtuais com estrelas globais como Ariana Grande. E a Disney patenteou um dispositivo de realidade aumentada que não requer o uso de óculos ou fones de ouvido.
Mas, mesmo que as manchetes sobre o metaverso tendam a ser dominadas por organizações globais, não se engane. Essa nova realidade não é apenas para marcas de bilhões de dólares. O metaverso oferece às pessoas uma experiência imersiva em 3D não apenas de interações humanas, mas também de produtos e serviços.
E isso significa uma oportunidade gigantesca para quem quer empreender. Pense em um território virgem, intocado, onde pode-se inventar e ser quem quiser – esse é o metaverso.
Não tem tempo para sair de férias? Uma agência de turismo virtual pode proporcionar uma experiência incrível em Nova York ou no Egito. O metaverso também mudará o setor imobiliário e como os corretores trabalham. Você pode imaginar o que uma experiência 3D imersiva pode fazer para visualização e visita de imóveis, além do desenvolvimento imobiliário.
O varejo e o comércio em geral também serão revolucionados. As possibilidades de demonstrar produtos, mostrar como funcionam ferramentas ou máquinas, são infinitas.
Haverá oportunidades para as empresas instalarem quiosques em shoppings, terminais, avenidas e outros espaços que forneçam digitalizações dos avatares dos consumidores dentro do metaverso. Com esse avatar, será possível experimentar uma roupa ou sapato e ver como ficaria com ele.
Todos os setores serão desafiados e vai despontar quem tiver talento e criatividade. Mark Zuckerberg disse que, de cinco a 10 anos, o metaverso será o mainstream. A sua veia empreendedora está pronta para aproveitar?
A maneira mais fácil de pensar em um futuro no metaverso é explorá-lo por conta própria. Afinal, as tecnologias desse território são naturalmente intuitivas. Ao mover a mão ou a cabeça em uma direção, o avatar virtual segue.
E se você quiser se envolver com alguém em um mundo virtual, tudo o que é preciso fazer é se aproximar e dizer olá. Passe um pouco de tempo explorando essas ofertas e não demorará muito para que se pense em maneiras de abraçar o futuro inevitável do metaverso.
Com certeza você vai se divertir muito durante o processo!
Henrique Volpi é sócio-fundador da Kakau Seguros, formado em Administração pela PUC-SP, com especializações em fintech pelo MIT e em liderança do futuro pela Singularity University. Trabalhou em empresas como BMC, EMC Dell e Servicenow. Foi coautor do livro “The INSURTECH Book: The Insurance Technology Handbook for Investors, Entrepreneurs and FinTECH Visionaries”.