O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou que nesta quarta-feira, 16 de outubro, será lançado um pacote de investimentos voltado ao fortalecimento da infraestrutura de inovação e pesquisa no Brasil, com foco nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
O objetivo é reduzir as desigualdades regionais em termos de ciência e tecnologia, áreas que historicamente recebem menos recursos em comparação com o Sul e o Sudeste.O lançamento ocorreu durante um evento na Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio de Janeiro, e contou com a presença de representantes de importantes instituições de ciência e tecnologia do país.
Essa ação faz parte de uma série de iniciativas coordenadas pelo MCTI, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Essas duas instituições terão um papel central na distribuição e aplicação dos recursos anunciados, que serão direcionados a projetos que incentivem a inovação tecnológica e o desenvolvimento científico nas regiões mencionadas.
Parceria com o CNPq e novos editais
O pacote de investimentos inclui a Chamada Universal do CNPq, que é uma das principais ferramentas de financiamento de pesquisa no Brasil. Por meio dela, pesquisadores de diversas áreas podem submeter projetos para obtenção de recursos que viabilizem suas atividades de pesquisa. O foco desta edição da Chamada Universal será a inclusão de mais projetos oriundos de instituições situadas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, incentivando o desenvolvimento de soluções inovadoras para desafios regionais e nacionais.
Além disso, será realizada a ampliação dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), uma iniciativa que visa criar redes de pesquisa colaborativa, envolvendo universidades e centros de pesquisa de várias regiões do país. A meta é aumentar a participação de instituições dessas regiões, garantindo que mais pesquisadores e cientistas tenham acesso a recursos para desenvolverem seus projetos.
A Finep também desempenhará um papel fundamental na execução do pacote, com o lançamento de dois editais específicos. O primeiro deles, o Pró-Infra Regional, terá como foco o fortalecimento da infraestrutura de pesquisa nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, por meio do financiamento de melhorias em laboratórios e centros de pesquisa.
O edital destinará recursos para a compra de equipamentos, a modernização de instalações e a capacitação de equipes, visando criar ambientes mais propícios à realização de pesquisa científica de qualidade.
O segundo edital, denominado MCTI/Finep/FNCT-Verde Amarelo/Parques Tecnológicos, será direcionado à criação e ao fortalecimento de parques tecnológicos nas regiões mencionadas. Esses ambientes são fundamentais para promover a inovação, uma vez que conectam empresas, universidades e centros de pesquisa, incentivando o desenvolvimento de tecnologias aplicáveis ao setor produtivo.
Os recursos desse edital serão voltados para a construção e ampliação de parques tecnológicos, além de fomentar o desenvolvimento de startups e projetos de inovação em diversas áreas.
Desigualdade regional no acesso à ciência
Um dos principais motivos para o lançamento desse pacote de investimentos é a necessidade de corrigir as assimetrias regionais no acesso a recursos científicos e tecnológicos. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste possuem menos infraestrutura de pesquisa em comparação com o Sul e o Sudeste, o que dificulta o desenvolvimento de projetos científicos de impacto nessas áreas.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou que o objetivo do pacote é justamente ampliar as oportunidades de inovação em todo o território nacional, promovendo um crescimento mais equilibrado e inclusivo.
“A ciência é uma ferramenta crucial para o desenvolvimento econômico e social do país, e queremos garantir que todas as regiões possam se beneficiar desse potencial”, afirmou.
Além disso, Helena Nader, presidente da ABC, reforçou a importância da ciência para o desenvolvimento do Brasil e ressaltou que iniciativas como essa são essenciais para aumentar a capacidade de pesquisa de instituições em regiões menos favorecidas.
“Fortalecer a infraestrutura de pesquisa nessas regiões é uma maneira de garantir que talentos locais tenham as condições necessárias para desenvolverem soluções inovadoras”, afirmou.
Com esses novos investimentos, espera-se que as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste passem a desempenhar um papel mais ativo na produção científica e tecnológica do país. A criação de novas infraestruturas e a modernização das já existentes devem aumentar a capacidade dessas regiões de atrair investimentos, além de facilitar a formação de parcerias com empresas e instituições de outros estados e países.
Os parques tecnológicos, em especial, são vistos como uma forma de fomentar o empreendedorismo e a inovação em setores estratégicos para o Brasil, como energias renováveis, tecnologia da informação e agricultura de precisão. Esses ambientes são essenciais para conectar a pesquisa acadêmica ao setor produtivo, criando um ecossistema de inovação que beneficia tanto o setor privado quanto o público.
No longo prazo, espera-se que a redução das desigualdades regionais no acesso à ciência e à inovação contribua para o desenvolvimento sustentável do Brasil, promovendo crescimento econômico e inclusão social.
O fortalecimento da infraestrutura científica e tecnológica nessas regiões pode abrir novas oportunidades de emprego, além de estimular o surgimento de soluções inovadoras para problemas locais e nacionais.
Interessados poderão acompanhar a cerimônia pelo YouTube do MCTI: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Aproveite e junte-se ao nosso canal no WhatsApp para receber conteúdos exclusivos em primeira mão. Clique aqui para participar. Startupi | Jornalismo para quem lidera inovação!
