Texto de Marco Gomes, fundador e CMO da boo-box
Nós, jovens do século XXI, temos amplo acesso às informações e facilidade em lidar com tecnologias de comunicação. Com base nessa nova realidade, as propostas para a educação da chamada ”Geração Y” devem considerar que a universidade não é mais o principal foco de disseminação de conteúdos, e que há muitos outros lugares para associar diferentes informações, aprofundar-se nos temas atuais e transformá-los em conhecimento e ferramentas que possam ser utilizadas no dia-a-dia, muito além do ambiente acadêmico.
Nós possuímos um novo ritmo de conhecimento. Somos capazes de ‘zapear’ com o controle remoto da televisão enquanto estamos escutando música por aplicativos online no smartphone, vendo notícias pelo laptop ou tablet e ainda conversando com amigos pelo WhatsApp, Viber ou redes sociais, tudo ao mesmo tempo, e ainda podemos ter opiniões distintas para cada assunto. Somos ótimos para captar informações, sabemos sempre da última notícia que rola na internet, porém, muitos dizem que nós não conseguimos nos aprofundar nos conteúdos e não temos conhecimento técnico, o que eu pessoalmente discordo. Mas concordo que o principal desafio da nossa geração é selecionar informações relevantes e transformá-las em conhecimento. Por outro lado, a educação efetiva tem que fugir da ideia de que só se aprende na universidade. Essa instituição tem que ensinar a associar conteúdos e encantar o aluno para o processo de aprendizagem, aceitando também que há muitos outros ambientes propícios ao estudo.
O grande paradigma hoje é o método de ensino versus a forma de aprendizagem, querer ensinar por meio de técnicas utilizadas há 40 anos não vai funcionar. Essa mudança de comportamento dos estudantes e jovens adultos exige mudança também na forma de ensino. Olhando por um ponto de vista realista, ensinar os alunos do jeito que eles conversam, falar com eles sobre as redes sociais que eles usam, sobre os “memes” da internet, os fenômenos culturais que eles estão acostumados a ver, são maneiras bastante eficientes para ensinar e abrir um espaço para debates.
Existe um estigma de que há diferença entre o aluno e professor, e que essa “hierarquia” deveria ser mantida. O que deve haver em sala de aula é um educador e orientador que direcione o conteúdo abordado de forma aprofundada. A grande sacada não é rebaixar o aluno, mas sim trazê-lo para um nível superior e engaja-lo em discussões produtivas para haver integração.
Acredito em novas tecnologias, mas o maior elemento interativo é o educador, que tem a atribuição de transformar dados em conhecimento de fato. Ele deve resolver as curiosidades dos alunos e provocar com novas informações. E para isso, o ideal é trabalhar com menos teorias e com mais cases de sucesso, aplicado ao embasamento técnico. Por meio desse formato, é possível disseminar, com exemplos práticos, assuntos mais aprofundados e interessantes. E lembrar sempre que o sucesso está na diferença entre informação e conhecimento.
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