As cidades brasileiras ganham destaque mundial quando o assunto é criação de startups, mas desaparecem para o fim da lista quando o assunto é investimento, tanto o vindo de anjo, quanto o vindo dos fundos de venture capital. Ao menos é isso que mostram três novos mapas divulgados pela analista Zara Matheson e criados a partir de dados da SeedTable, uma plataforma de descoberta de startups que trabalha em cima dos dados da CrunchBase.
Primeiro, vamos ao mapa que nos favorece:
“Favorece”, entre aspas, é o melhor. Esse mapa mostra as startups criadas em cidades do mundo e coloca Nova York na liderança, superando até San Francisco. Londres também fica no “top 3” e o Brasil tem São Paulo como sua representante, depois da décima posição, já que a cidade registrou a criação de mais de 20 startups.
Para vocês terem uma ideia, a capital paulista ficou na mesma faixa de criação de empresas de Austin e Seattle, e superou Vancouver, Moscou, Washington, Madrid e Sidney. O Rio de Janeiro ficou na faixa das cidades com mais de dez startups criadas.
Quando a lista foca em empresas que receberam investimento anjo, as cidades brasileiras ficam pequenas. San Francisco, Nova York e Londres ainda dividem os três primeiros lugares, só que com San Francisco na liderança. Aqui, o pessoal do “Atlantic Cities”, que analisou o mapa, nem cita as cidades brasileiras, já que eles ficam na categoria “abaixo de dez startups com investimento anjo”.
O terceiro mapa é bem parecido com o segundo. Quando o assunto é investimento de fundos de capital, as cidades brasileiras ficam na categoria “abaixo de 20 startups financiadas”.
Apesar disso, o “Atlantic Cities” deixa claro que enxerga uma “globalização” das startups, com destaque para os “clusters significativos” de atividade de startups em Buenos Aires e Rio de Janeiro.
Os ‘poréns’ deste estudo
Essa pesquisa mostra bastante como é a visão de quem está de fora do Brasil, já que quem acompanhou o mercado brasileiro de perto nos últimos meses sabe que os números são maiores que esse. É importante lembrar também que os dados só levam em conta as startups que se cadastraram no CrunchBase, e a gente sabe que muita empresa demora pra fazer isso ou decide nem fazer.
E o crescimento desses números fica bem claro quando você acessa a nossa página de investimentos do mês. Desde janeiro, nós já anunciamos mais de 40 investimentos em empresas brasileiras (incluindo aquisições e aportes de VCs e anjos) e algo pode ter escapado.
Os dados são ótimos, mas é preciso ter um pouco de ceticismo com quem vê de fora.
Foto: Chris Blakeley