*Por João Kepler
Ainda tem empresário e executivo achando que vai reinventar sua companhia apenas com um comitê de inovação e um grupo de WhatsApp. Enquanto isso, as Startups estão resolvendo problemas reais com velocidade, criatividade e tecnologia. Quem não estiver disposto a comprar Equity de Startups pode pagar muito mais caro para entrar ou se manter na Nova Economia.
Se você lidera uma empresa tradicional e está realmente comprometido com crescimento, inovação e relevância, então por que ainda não comprou uma startup? Isso não é uma tendência passageira importada do Vale do Silício. É uma jogada estratégica de quem entendeu que tempo é um dos ativos mais escassos. O mercado não espera. Enquanto você ainda monta equipe, contrata desenvolvedores e testa novos modelos de negócio, existem Startups prontas para entregar isso hoje ou, no máximo, até amanhã.
Os grandes já entenderam. O Google se tornou o Google também porque comprou o YouTube. A Meta se consolidou como gigante porque adquiriu o WhatsApp e o Instagram. Essas empresas não compram apenas tecnologia. Elas compram velocidade, talentos e visão de futuro. Em 2024, nos Estados Unidos, mais de duas mil startups foram adquiridas. No Brasil, 52 compras de startups por médias e grandes empresas ocorreram apenas entre janeiro e abril. Isso é só o começo. O apetite cresceu e os Valuations das Startups Early Stage ainda estão baixos no Brasil. Quem enxerga agora, colhe primeiro.
Comprar uma startup é acelerar seu negócio. É acessar novos mercados, canais de venda, tecnologias e modelos mentais que ainda não existem dentro da sua operação. É mais barato e mais eficiente adquirir uma startup validada, com produto, modelo de negócio e tração, do que construir tudo internamente. Você economiza tempo, capital e energia. Em vez de reinventar a roda, compre o carro já montado.
Uma empresa tradicional é como um transatlântico. Ela atravessa oceanos com estabilidade e segurança. Mas demora para fazer curvas. Já as startups são como jet skis. Não cruzam oceanos sozinhas, mas fazem curvas com agilidade e escala, se adaptam rápido e exploram novos caminhos sem medo de errar. Quando essas duas forças se conectam, surgem modelos de negócio com alcance e velocidade ao mesmo tempo.
E não se trata apenas de tecnologia. Estamos falando de gente. Quando uma empresa compra uma startup, leva junto um time enxuto, resiliente, multidisciplinar e profundamente conectado com as dores reais do mercado. Gente que entrega com poucos recursos, pensa rápido e respira inovação. Essa cultura não se ensina em treinamentos. Ou você incorpora, ou fica para trás.
“Ah João, minha empresa não tem dinheiro ou orçamento para comprar startups.” Mas quem disse que só se compra com dinheiro? Existem várias formas de fazer negócios na Nova Economia. Basta entender o Poder do Equity.
De qualquer forma, o Brasil é um campo fértil, cheio de startups com alto potencial e ainda subvalorizadas em suas operações e valuations. E isso, sim, é uma oportunidade. Existem centenas de negócios com modelo de receita validado, base sólida de clientes e tecnologia própria, mas que não têm o capital necessário para crescer. Para empresas tradicionais, isso representa uma oportunidade estratégica. Um ecossistema inteiro de ativos prontos para integração. E com preços ainda acessíveis, num momento em que o mercado de Venture Capital, Private Equity e M&A está se reposicionando.
Muitas empresas brasileiras estão se movimentando nesse sentido. A Ambev incorporou a Zé Delivery, criada e escalada internamente como uma startup própria. A Lojas Renner comprou o Repassa, uma plataforma de revenda de roupas usadas. A Suzano investiu na BemAgro, focada em agricultura de precisão.
A TOTVS adquiriu a VarejoOnline, especialista em sistemas para pontos de venda. A Locaweb comprou a Vindi, voltada para pagamentos recorrentes. O BTG Pactual levou a Kinvo, uma plataforma de consolidação de investimentos. A Duratex comprou a Viva Decora, referência em design de interiores. A Rappi adquiriu a Box Delivery, especializada em logística urbana.
O Asaas integrou a Nexinvoice, que automatiza contas a pagar. A Linx comprou a ShopBack para fortalecer sua presença digital. O Mercado Livre incorporou a Kangu, que atua com logística para e-commerce. A Magalu comprou a SmartHint, que é um sistema de busca e recomendação. E por aí vai …
A lista cresce a cada trimestre. Só a Bossa Invest, o venture capital early stage mais ativo da América Latina, já vendeu mais de cento e dez startups do seu Portfólio para médias e grandes empresas. Isso mostra como o ciclo de inovação pode ser acelerado quando há visão e estratégia.
A aquisição estratégica deixou de ser uma ferramenta tática e virou uma alavanca real de transformação. Ela serve para inovar mais rápido, proteger mercado e diversificar receita. Seja produto, canal, tecnologia ou cultura, o ponto de partida é sempre o mesmo. Qual dor essa startup resolve que a sua empresa ainda não conseguiu resolver? Que mercado ela já entende que você ainda não acessa? Que velocidade ela tem que você não alcança?
Se o conselho da sua empresa ainda considera arriscado comprar startups, mostre o verdadeiro risco. O de não comprar. A nova concorrência não vem mais de quem você conhece. Vem de quem você ainda nem viu chegar. São essas startups que já estão tomando seus clientes com uma proposta mais simples, mais direta e mais alinhada ao novo mercado. Quem compra uma startup compra vantagem competitiva. Quem espera, deixa de participar da Nova Economia e pode perder oportunidades.
Não sabe como começar ou onde encontrar startups? Publique uma demanda de uma dor da sua empresa, que várias startups vão aparecer com soluções. Fale com uma boutique de M&A. Converse com venture capital e aceleradoras sobre os portfólios. Leia portais especializados. Participe de eventos. Existem muitos caminhos possíveis.
O crescimento orgânico já não basta. A oportunidade agora não é apenas vender mais, mas adquirir melhor. Se sua empresa ainda não incluiu aquisições de startups na sua estratégia, está jogando um jogo antigo em um mercado novo. O jogo é infinito, e quem joga o jogo antigo, perde. A hora de agir é agora. Antes que alguém compre no seu lugar uma oportunidade que deveria ser sua.
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