O Brasil e o mundo estão vivendo uma revolução tecnológica promovida pelas startups, que têm provocado uma verdadeira corrida entre as grandes empresas para comprá-las em busca de competitividade. Segundo o levantamento Inside Venture Capital, realizado pela Distrito Dataminer 30, no primeiro semestre de 2021, o Brasil registrou 339 fusões e aquisições de startups, um aumento de 121% se comparado ao mesmo período do ano de 2020.
Ao menos 69% dessas operações envolveram empresas na fase de early stage (estágio inicial). O mesmo levantamento aponta ainda que startups brasileiras atraíram um valor recorde de US$ 5,2 bilhões em investimentos.
Mas, como e por que essas startups estão fazendo tanto sucesso? Se causam esse impacto no mercado, por que elas mesmas não se bancam, ao invés de precisarem de investimentos milionários? Qual é a vantagem para quem investe? E as grandes empresas, por que não inovam sozinhas, se elas têm capital? Por que uma grande empresa precisa de uma startup e uma startup precisa de uma grande empresa?
Essas e muitas outras perguntas dão corpo ao livro “Saída de Mestre“: estratégias para compra e venda de uma startup”, que chega às livrarias e e-commerces de todo o Brasil pela Editora Gente. Assinado em parceria pelo fundador da Pegaki, João Cristofolini, e pelo jornalista especializado em startups e tecnologia e fundador da agência EDB Comunicação, Eduardo Cosomano, o livro conta com prefácio de Camila Farani, um dos tubarões do Programa Shark Tank Brasil e uma das principais investidoras anjo do País.
Composto a partir de mais de trinta entrevistas, Saída de Mestre pode ser compreendido em duas partes e um “capítulo bônus”: as primeiras páginas detalham a trajetória da Pegaki, desde a criação da empresa até sua venda para a Intelipost, plataforma líder em gestão de fretes no Brasil, com uma média de 1 bilhão de cotações de frete e mais de 19 milhões de pedidos ao mês.
O livro aborda a dificuldade de tirar as ideias do papel e dar tração ao negócio, conseguir investidores, liderar e manter uma boa equipe, conduzir negociações de grandes contratos, reagir em momentos de quase falência até chegar na transação com a Intelipost, com os altos e baixos da trajetória da Pegaki, uma das primeiras empresas do Brasil que captaram via equity crowdfunding que deram retorno aos investidores.
“Nossa intenção é dividir as nossas melhores e piores práticas ao longo dessa jornada, de modo a realmente ajudar outros empreendedores que buscam inovar em seus mercados. Definitivamente, não é fácil empreender em um país burocrático como o Brasil, mas isso não significa que isso é impossível e nem que não é lucrativo. Mas é preciso uma profunda dose de resiliência”, afirma João Cristofolini, coautor do livro e sócio-fundador da Pegaki.
Já a segunda parte direciona o olhar para o cenário macro de inovação tecnológica, deixando claro que a aquisição da Pegaki pela Intelipost não é um negócio pontual, mas um exemplo de uma tendência cada vez mais frequente: grandes empresas têm comprado startups em busca de competitividade e inovação.
Executivos como Frederico Pompeu (Associate Partner do BTG Pactual e Head do boostLAB), Higor Franco (Diretor Geral na Locaweb), Marcos Sterenkrantz (Head da XP Ventures), Pierre Schurman (CEO da Nuvini), e Ricardo Camatta Sodre (Executive Officer do VTEX) compartilham o que observam na hora de avaliar a aquisição de uma startup e as respectivas estratégias das empresas para melhor utilização das tecnologias, processos e, especialmente, para retenção e motivação dos empreendedores no processo pós-aquisição. Há ainda participações especiais de Gustavo Caetano, fundador da Sambatech, João Kepler, um dos maiores investidores anjos do Brasil e CEO da Bossa Nova Investimentos, André Palis e Marco Túlio Kehdi, sócios da agência de marketing digital Raccoon, e Brian Begnoche, sócio-fundador da Eqseed, entre outros.
O capítulo bônus traz a perspectiva de fundadores de startups sobre o mesmo tema, reunindo onze histórias e reflexões pessoais de empreendedores e empreendedoras que criaram negócios que cresceram, causaram impacto no mercado e foram vendidos para grandes empresas. Nesse sentido, os textos detalham não apenas a linha do tempo de cada startup, mas os medos e angústias do empreendedor sobre essa jornada.
Compõem o capítulo os cases de Alfredo Soares (XTech, comprada pelo VTEX), Allan Panossian Kajimoto (Delivery Direto, comprada pela Locaweb), Alexandre Messina (Pedala, comprada pela Ame, empresa dos grupos Lojas Americanas e B2W), Evilásio Garcia (Agile Process, comprada pela Intelipost), Marcela Viegas Graziano (Smarket, comprada pela Neogrid), Paulo Orione (Decora, comprada pela americana CreativeDrive), Patrick Rocha (dLieve comprada pela a VETX) Rodrigo Dantas (Vindi, comprada pela Locaweb), Stephanie Fleury (DinDin, comprada pelo Bradesco), Tiago Vailati (Hiper, comprada pela Linx), Thiago Lima (LinkiAPI, comprada pela Semantix).
“Existem muitas similaridades na história de pessoas que criaram, prosperaram e venderam uma startup, independentemente do segmento, e isso é muito rico, porque fica claro que há uma série de indicadores a serem observados. Mas também existem diferenças, e elas são particularmente interessantes porque provam que não existe uma receita. Tem gente que insiste e se dá bem. Tem gente que insiste e se dá mal. Depende de muita coisa, inclusive do momento. Então, além da análise do mercado em si, o livro traz essa abordagem pessoal, que desperta a curiosidade do leitor”, explica Eduardo Cosomano, coautor do livro.
Saídas antecipadas X Unicórnios: existe esse conflito?
Outro ponto explorado no livro é o conceito de saída antecipada, isto é, a venda de uma startup em um curto espaço de tempo para uma grande empresa. A revolução das startups ainda está culturalmente vinculada aos “unicórnios”, como são chamadas aquelas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão. No entanto, segundo a pesquisa do Distrito, houve um aumento muito grande no número de aquisições no modelo early exit.
“O crescimento das saídas antecipadas é um movimento muito comum no mercado internacional e agora surge como tendência no Brasil. Inclusive, há um aumento histórico no volume de empresas fazendo IPOs e realizando grandes captações de investimento. Boa parte desses valores tende a ser direcionada para aquisição de startups menores, a fim de acelerar a expansão das empresas compradoras. É um assunto que deve permanecer em pauta nos próximos anos”, pontua Cristofolini. “Vender a empresa em early stage não é sinônimo de fracasso, mas sim de uma chance que empreendedores e empreendedoras têm de viabilizar liquidez aos investidores e, de quebra, participar de algo maior. Até mesmo unicórnios”, finaliza Cosomano.
Dia 28/09 João Cristofolini vai participar do Exit in Action!. No programa, é possível conhecer o que está por trás dos cases de empreendedores de sucesso, seus diferenciais e atitudes que fizeram suas startups elevarem o valuation no mercado a ponto de serem compradas por grandes empresas. Clique aqui e garanta sua vaga!