A Juspay, desenvolvedora de sistemas de pagamentos com presença recente no Brasil, anunciou a conclusão de uma nova rodada de investimentos, totalizando US$ 60 milhões. A Série D foi liderada pela Kedaara Capital, com adesão de acionistas anteriores, incluindo Softbank e Accel. A Avendus Capital atuou como assessora financeira exclusiva da operação.
Fundada na Índia em 2012, a empresa oferece ferramentas de orquestração, autenticação, tokenização, reconciliação e análise, voltadas a grandes empresas e instituições financeiras. Seus produtos atendem comerciantes globais e bancos com infraestrutura para operações digitais em larga escala. Com volume anual de transações superior a US$ 900 bilhões, a empresa processa mais de 200 milhões de operações diárias, mantendo índice de disponibilidade próximo de 100%.
A rodada visa ampliar a atuação da companhia em regiões como Ásia-Pacífico, América Latina, Europa, Reino Unido e América do Norte. A entrada no mercado brasileiro marca parte dessa estratégia. Além da unidade em São Paulo, a organização mantém escritórios em Bangalore, São Francisco, Dublin e Cingapura.
Juspay aposta em IA e open source para escalar operações
Com os novos recursos, a Juspay pretende reforçar sua plataforma open source, voltada à orquestração de pagamentos. A proposta oferece interoperabilidade entre sistemas, permitindo que clientes escolham e personalizem soluções conforme suas necessidades. O modelo modular busca fornecer controle completo sobre o fluxo financeiro digital, facilitando integrações com adquirentes, carteiras digitais e redes de cartões.
Outro eixo do plano de expansão envolve o uso de inteligência artificial para aprimorar processos internos e experiências comerciais. A tecnologia será aplicada na automação de tarefas, monitoramento de dados em tempo real e antecipação de padrões de comportamento, com o objetivo de reduzir falhas e melhorar o desempenho da cadeia de pagamentos.
De acordo com Sheetal Lalwani, cofundador e COO da empresa, o compromisso permanece centrado na criação de valor duradouro para todas as partes do ecossistema. A meta é construir estruturas compatíveis com diferentes legislações e demandas técnicas, mantendo princípios de abertura, escalabilidade e integração transparente.
A Kedaara Capital, responsável pela liderança da rodada, destaca o potencial da empresa na transformação do setor. Para Nishant Sharma, sócio da gestora, a base tecnológica, aliada a uma visão de longo prazo, posiciona a organização entre os principais atores da próxima geração de infraestrutura financeira. A parceria com os fundadores foi citada como elemento central para orientar a próxima etapa de desenvolvimento.
A movimentação ocorre em um cenário de aceleração digital em mercados emergentes, onde empresas buscam soluções que combinem segurança, flexibilidade e performance. No Brasil, o avanço do open finance, a regulação do sistema de pagamentos e a digitalização dos canais de consumo criam um ambiente favorável à entrada de tecnologias voltadas à gestão eficiente de fluxos financeiros.
A Juspay atua como fornecedora de backbone para operações críticas, garantindo continuidade dos serviços e adaptação a diferentes contextos operacionais. Sua plataforma suporta autenticação contínua, validação de dados, proteção contra fraudes, gerenciamento de tokens e reconciliação entre partes envolvidas.
O uso de código aberto é um diferencial estratégico da empresa, permitindo auditoria externa, colaboração comunitária e maior confiabilidade no desenvolvimento dos produtos. A transparência é parte central do posicionamento, visando atrair parceiros que buscam autonomia e governança em suas soluções financeiras.
Com a injeção de capital, a companhia também pretende expandir seu time de engenharia e suporte técnico, com foco em atendimento local e personalização de serviços. A abordagem busca combinar inovação com capacidade operacional, permitindo adaptação a diferentes exigências regulatórias e culturais. A entrada no mercado brasileiro se dá em meio a transformações no setor, como a consolidação do Pix, o avanço do Drex (real digital) e a popularização das carteiras digitais.
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