* Por João Kepler
Quão estranho é que algo reconhecido como um símbolo universal de graça e beleza — a borboleta — comece a vida parecendo tão diferente, uma lagarta? Se você não soubesse do processo de metamorfose desta imagem, certamente nunca imaginaria que um ser estava definido para se tornar o outro.
Assim como as lagartas não parecem capazes de se tornar borboletas, as startups não parecem capazes de se tornar empresas enormes.
Trago essa analogia para você entender que no início das startups, também acontece uma certa metamorfose. Elas começam suas vidas como pequenas e feias startups lutando para se alimentar e sobreviver. Elas sofrem enormes perdas. Elas têm alta rotatividade de colaboradores. Elas lutam para serem acreditadas e conseguir clientes. Seus concorrentes estão constantemente tentando engoli-las ou destruí-las. E esses são apenas alguns dos desafios que enfrentam.
Bem, mesmo diante de tudo que passam, muitas conseguem amadurecer até a idade adulta, aí começam a aparecer e se tornar belas, serão elogiadas e vistas como símbolos de sucesso empresarial, engenhosidade, inovação, empreendedorismo, persistência e beleza corporativa.
Mas elas precisam chegar lá para isso e, assim como acontece com as lagartas, relativamente poucos conseguem.
E veja que interessante, continuando com o exemplo, especificamente, no caso de lagartas, as qualidades que fazem com que as lagartas sejam bem-sucedidas não se parecem com as qualidades que fazem com que as borboletas sejam bem-sucedidas. Por exemplo, as lagartas precisam comer muita comida e engordar.
Eles convertem todo esse alimento na energia necessária durante a fase de metamorfose que os transforma em borboletas. Portanto, podemos avaliar a chance de uma lagarta se tornar uma borboleta julgando sua circunferência e peso. Por outro lado, essas qualidades não seriam ideais para uma borboleta. O mesmo vale para startups e empresas.
Não podemos avaliar o potencial sucesso de startups usando os mesmos critérios que podemos utilizar para julgar os negócios em que elas se tornarão. Ou seja, é preciso ter em mente de forma muito clara que as características de cada fase são importantes e devem ser respeitadas para que uma lagarta não morra antes da hora e tenha a chance de se tornar a borboleta — com todas as características que a define como tal, que pode ser. O mercado exige, antes de tudo, que processos e etapas sejam vencidos no tempo certo — está é a evolução contínua que toda empresa deve buscar.
Mas essa é a magia desse mundo inovador e da nova economia. As condições de incertezas, cobranças, barreiras, desafios e muitos aprendizados, fazem parte natural do processo e da jornada de uma startup, mas tudo bem se é assim mesmo.
Com esse texto, quero agradecer o esforço de milhares de startups ainda “lagartas” no Brasil que são empreendedores que carregam esse Brasil nas costas e claro parabenizar as startups que se tornaram belas “Borboletas” no mercado.
Você é ainda uma Lagarta ou já é uma Borboleta?
João Kepler é reconhecido como um dos conferencistas mais sintonizados com Inovação e Convergência Digital do Brasil. É especialista em empreendedorismo, startups, marketing e vendas, é investidor-anjo desde 2008, participa em mais de 100 Startups, Lead Partner da Bossa Nova Investimentos, Escritor e autor e coautor dos Livros O vendedor na Era Digital, Vendas & Atendimento, Gigantes das Vendas e Educando Filhos para Empreender; Premiado como um dos maiores Incentivadores do Ecossistema Empreendedor Brasileiro.