O Itaú Unibanco e a ONG Recode, entidade que trabalha com foco no empoderamento digital há mais de 25 anos, promovem a 2ª edição do Recode Pro: programa de formação profissional voltado para jovens em vulnerabilidade social que buscam oportunidades em TI.
São mais de 200 vagas gratuitas para residentes do Rio de Janeiro e São Paulo que desejam trabalhar como desenvolvedores da categoria full stack. Durante seis meses, os alunos aprenderão a atuar em várias partes do projeto de um software (sistemas e aplicativos) e na criação da interface, códigos, bancos de dados e programação.
Para participar da formação Recode Pro é preciso ter entre 18 e 39 anos, ensino médio completo, renda per capita familiar de até 1 salário mínimo. Além disso, o projeto tem um recorte de diversidade: a ideia é que pelo menos 51% dos participantes sejam negros, pardos ou indígenas, 40% sejam mulheres e, como critério de desempate, PCDs e LGBTQI+ terão prioridade.
Além do conteúdo técnico, o programa desenvolve capacidades essenciais para o mundo do trabalho, como comunicação, criatividade, atuação profissional e resolução de problemas. O curso é aberto também para aqueles sem experiência na área de tecnologia e, por conta do isolamento social, esta edição será totalmente online com a supervisão de monitores via lives e webinars.
“Estamos no alvorecer da 4º Revolução Industrial. Hoje, o que se fala no mundo é sobre as novas habilidades digitais, como se adaptar e se recodificar. O Recode Pro é a solução da Recode para formar e inspirar jovens em situação de vulnerabilidade para serem participantes desse novo mundo”, afirma Rodrigo Baggio, fundador e presidente da Recode.
Somos Todxs Tech
A parceria com a Recode visa promover a empregabilidade na área de TI e teve início no começo do ano. A primeira edição do Recode Pro terminou em fevereiro e resultou na contratação de 66 profissionais para a área de tecnologia do Itaú Unibanco.
Um deles é Raphael Silva, 23 anos, morador da comunidade da Quitanda, Zona Norte do Rio. A decisão de fazer um curso de programação em 2019 aconteceu após um acidente há dois anos que provocou a amputação de sua mão direita. Na época, Raphael trabalhava como serralheiro e conta que “trabalhar no Itaú era um sonho meu desde 2015, por isso meus olhos brilharam quando surgiu essa possibilidade. Durante todo o processo seletivo, minha família estava feliz por mim e me apoiando. Infelizmente, minha mãe e tia faleceram antes do anúncio da minha contratação e não puderam comemorar comigo e ver que conseguimos: essa conquista é nossa!”.
Raphael atualmente trabalha como analista de qualidade na área de TI: “Mesmo longe fisicamente do meu time, por conta do home office, me senti acolhido e estou me preparando para os desafios das atividades diárias”.
Outro exemplo é o da Renata Cruz, 28 anos, atualmente trabalha como analista de Engenharia de Software no Itaú. A sua decisão de fazer uma mudança drástica na trajetória profissional e deixar o emprego como servidora pública esbarrou em diversas dificuldades, como a de manter diferentes jornadas diárias que incluem os cuidados com uma filha ainda pequena. “Foi uma transição de carreira mais impactante do que eu achei que seria, porque eu não só mudei de área como mudei de área durante uma pandemia, trabalhando em home office. Valeu à pena ir atrás desta oportunidade e um dos pontos mais gratificantes do meu dia a dia na tecnologia é trabalhar com o método ágil: você vê as coisas sendo resolvidas rapidamente e é um contraste grande com o andamento do trabalho no serviço público, por exemplo”, conta Renata.
“Esta é uma parceria da qual temos muito orgulho no Itaú Unibanco. E o contexto em que estamos vivendo, com o isolamento social, tornou a questão da empregabilidade muito mais urgente e necessária”, explica Estevão Lazanha, diretor de Tecnologia do Itaú Unibanco.
“Nossa área de TI oferece um universo de possibilidades para quem quer trabalhar com desenvolvimento, programação e projetos de automação, por exemplo. Mas, para além da paixão por tecnologia, agora trabalhamos sob o lema ‘Somos todxs tech’, o que em termos práticos, significa que queremos reforçar a importância de agregar profissionais que nos ajudem a olhar para nossos projetos a partir de pontos de vistas diferentes. A Recode tem um papel muito importante neste movimento de promoção da diversidade: com a sua ajuda estamos trazendo para o nosso time jovens de alto potencial que tiveram oportunidades limitadas por sua condição individual e social”, completa Lazanha.
As inscrições para o processo seletivo estão disponíveis no site. Nele, há o regulamento e o cadastro a ser preenchido pelos interessados. O prazo de inscrição vai até amanhã, 9 de julho.