A biotech gen-t é uma iniciativa que une genética, tecnologia e seres humanos. Nasce com a finalidade de montar a maior infraestrutura privada de dados sobre a saúde do povo brasileiro por meio do sequenciamento do genoma de 200 mil pessoas de diversas regiões do país. O projeto, que leva o nome “gen-t do Brasil”, refere-se a uma plataforma de pesquisa que contribuirá no desenvolvimento da área da saúde para todos, realizando o estudo genômico da população brasileira.
“O projeto gen-t do Brasil nasce a partir da ciência de que 80% do que conhecemos sobre genomas humanos vêm de populações brancas da Europa e dos Estados Unidos. A medicina genômica de hoje ainda carece de diversidade. E se tem uma característica com a qual o Brasil pode contribuir é a diversidade”, afirma Dra. Lygia da Veiga Pereira, CEO da iniciativa.
Lygia fala sobre as possibilidades que seu projeto trará, inclusive no desenvolvimento de testes diagnósticos mais precisos para a população brasileira, uma vez que o estudo trará um critério de diversidade com um banco genético que represente a população brasileira.
“Vamos inserir a nossa população em medicina de precisão. A partir dos dados que vamos gerar, podemos desenvolver diagnósticos genéticos de pessoas não europeias, para gente não branca. Além disso, esses dados aceleram o desenvolvimento de novos medicamentos. É um motor de inovação para a indústria farmacêutica e de biotecnologia no Brasil e no mundo”, comenta.
Como fazer parte do projeto
Para fazer parte da pesquisa, é necessário ter mais de 45 anos, concordar com o termo de consentimento, preencher um questionário base de saúde, e realizar uma coleta de sangue inicial em uma unidade parceira. A gen-t ficará responsável por receber e analisar o material, realizar o sequenciamento genético e divulgar os resultados aos participantes.
A gen-t ainda formou parcerias com healthtechs que vão ajudar na formação do banco de genomas, como é o caso com a Dr. Consulta, onde pacientes da startup receberão a escolha de doar suas informações genéticas para o banco de dados. A intenção do projeto é ter o maior número de informações distintas de pessoas, para gerar diferenciação, e a parceria com a healthtechs é benéfica nesse ponto.
Os investidores
Lygia conta ainda com investidores que acreditam na força do projeto para fomentar a inovação na área da saúde e da medicina de precisão. Entre eles, Eduardo Mufarej, Armínio Fraga, Daniel Gold (QVT Financial LP) e a farmatech norte-americana Roivant Sciences. O investimento inicial (pré seed) levantou pouco mais de R$10 milhões. O valor chega para dar início aos processos de aprovação dos órgãos regulatórios de ética e pesquisa, além da estruturação do laboratório, a formação do time e o início da pesquisa clínica.