Mesmo com as incertezas que surgiram no mercado de startups no último ano, os investidores mantêm suas apostas no setor. A abundância de recursos disponíveis para investimentos em startups early stage foi uma constante presente nas falas da maioria dos especialistas em venture capital que estiveram em palcos do South Summit Brazil 2023.
As empresas de tecnologia de médio e grande porte, especialmente as big techs, foram impactadas por mudanças importantes após um período de crescimento exponencial nos negócios durante a pandemia. As ondas de layoffs são efeitos desse movimento de arrumação. Ainda assim, para João Kepler, fundador e CEO da Bossanova Investimentos, venture capital mais ativo da América Latina, “os investidores estão mais seletivos, só que do seed para baixo o impacto foi menor para as empresas que já operavam com suas finanças estruturadas e organizadas. O que ocorreu em 2021 foi um pico de investimentos, que agora se estabiliza”. Segundo ele, a busca segue por planos de negócios sustentáveis e bem estruturados.
Confira aqui o Mídia Kit do Startupi!
A ideia é reforçada por Filipe Lomonaco, managing partner do fundo de investimentos da Treecorp. “O investimento em inovação continua para empresas que realmente têm negócio estruturado e não para aquelas que buscam apenas ganhar dinheiro. E os empreendedores que chegarem agora vão encontrar um mercado mais estabilizado”. Para o painelista do South Summit, esse reequilíbrio é natural no mercado. “Entendo que [as empresas] têm que acelerar, têm que crescer, mas as empresas precisam primeiro estar equilibradas. É o que vou cobrar das investidas, é o que estamos cobrando”, completa.
O que o investidor busca em early stage
A diversificação da carteira é uma das principais buscas citadas por empresas de investimento. Por causa disso, uma variedade de soluções, plataformas, setores e fases de desenvolvimento são valorizadas ao escolher em qual empresa investir. É o caso, por exemplo, da EqSeed – equity crowdfunding que conecta startups e investidores na pessoa física. “Nós precisamos ser agnósticos e naturalmente buscamos empresas que sejam diferentes entre si. Alguns investidores preferem aplicar em empresas que recém começaram a faturar e outros naquelas com faturamento na casa dos milhões, mas dificilmente há apostas naquelas em que a primeira nota fiscal não foi emitida”, explica Igor Swinerd Monteiro, sócio e diretor de negócios da EqSeed.
Com o Mínimo Produto Viável (MVP) construído e validado entre os clientes pagantes, é hora da startup que busca investimento early stage pensar na composição do time, fator importante e valorizado pelos investidores. “Um dos diferenciais é ter um parceiro corporativo que ajude a pensar em saídas para eventuais problemas e que o fundador tenha sensibilidade de saber onde está esse problema, se é dinheiro ou relacionamentos internos. É preciso ser sincero para o investidor saber se pode ou não ajudar”, defende Marcos Mueller, CEO da aceleradora Darwin Startups. Além de fundadores e gestores com perfis que se complementam, é importante apresentar uma visão de futuro, com clareza sobre qual espaço a empresa ocupa e onde quer estar nos próximos 10, 20 ou 30 anos.
Segundo João Kepler, todo investidor tem uma tese e é importante ser fiel a ela, e apostar em fundos que tenham um histórico de boas taxas de retorno, e que apostem em empresas próximas. Marcos comenta que o impacto da crise de capital para médias e grandes empresas, que trouxeram as necessidades de layoffs, permitiu que as pequenas encontrassem maior oferta de talentos para crescerem.
Acesse aqui e saiba como você e o Startupi podem se tornar parceiros para impulsionar seus esforços de comunicação. Startupi – Jornalismo para quem lidera a inovação.