As novas tecnologias de inteligência artificial generativa, apresentadas ao mercado em 2023, vieram para reaquecer o setor de investimento de capitais de risco. Após um momento de desaceleração, vejo que os investidores estão mais criteriosos, porém atentos a oportunidades de negócios que estejam alinhadas com o atual cenário econômico global.
Os últimos dois anos foram de extrema cautela, porém de grande aprendizado e, ainda que o último relatório Venture Pulse Q3 2023 da KPMG indique uma diminuição no apetite dos investidores, ele também mostra que há grande interesse em startups ligadas a tecnologias disruptivas e aos propósitos do ESG como inteligência artificial, energia limpa, veículos elétricos e tecnologias sustentáveis. Esses setores são hoje os mais atraentes para receberem aportes mais generosos, por estarem mais conectados aos desafios atuais.
Ao longo da minha carreira, tive o privilégio de assistir de perto e contribuir para o crescimento do ecossistema de investidores no Brasil. Criei minha própria startup, em 1999, ainda na faculdade, uma plataforma de educação online (quando nem sonhávamos que viveríamos uma pandemia). Escalei meu negócio e o vendi. Hoje, sou um investidor, mentor e facilitador para o empreendedorismo e, por isso, sei da importância de tecnologias disruptivas como a nova geração de IA para a criação de um novo negócio.
Os empreendedores que buscam manter sua relevância e atrair investidores precisam ter um bom entendimento sobre recursos e funcionamento de inteligência artificial, incluindo conceitos fundamentais como o Large Language Model (LLM). Estes modelos de aprendizado de máquina (machine learning) são essenciais como fundamentos da inteligência artificial generativa.
O LLM não apenas diminui os custos de desenvolvimento e implementação para os empreendedores, mas também simplifica significativamente a usabilidade da inteligência artificial generativa. Isso se deve à sua capacidade de compreender contextos e gerar textos complexos de forma rápida e ágil, a partir de modelos pré-treinados.
Com isso, é possível criar sua própria tecnologia de IA, totalmente personalizada, a exemplo do que fez a Petrobras com o ChatPetrobras, ou a AGU, que usa a inteligência artificial generativa em seus processo. Outra forma de aplicação de inteligência artificial é como um copiloto, ou seja, atuando como um assistente virtual integrado às ferramentas do dia a dia e que ajudam o profissional a entregar com mais velocidade, produtividade e qualidade as tarefas.
O Copilot é capaz de executar diversas tarefas como resumo e criação de atas em reuniões, leitura de e-mails, traduções, criação de conteúdos em texto, apoio ao criar uma apresentação no Power Point, entre outras possibilidades. Além disso, é possível gerar conversas entre sistemas e esta seria, inclusive, uma terceira forma possível de aplicar a AI, mesmo com softwares de diferentes fornecedores. Dessa forma, é possível criar ferramentas de IA que navegam em todo o sistema de uma empresa, para entregar a tarefa solicitada. Um exemplo dessa aplicação seria a análise dos gastos mensais de um departamento, algo que agora pode ser feito sem a necessidade abrir diversas planilhas.
Pontos de atenção
Ao planejar o investimento em ferramentas de IA, a startup deve se certificar de que tenha todos os dados essenciais para o seu negócio bem mapeados. Sem uma estratégia que priorize os dados, com as informações bem-organizadas, é difícil ter respostas rápidas e assertivas do Copilot, porque ele trabalha e elabora respostas com as informações que já existem. Ou seja, quanto mais informações, mais assertivas serão as respostas.
É essencial que o fator humano não seja deixado de lado, pois não há estratégia de tecnologia que prospere sem colocar as pessoas no centro. Para isso, é necessário ter profissionais habilitados e treinados para usar inteligência artificial no seu dia a dia, pois são as pessoas que criam, inovam e capitalizam a partir de uma leitura inteligente dos insights provenientes da tecnologia. A inteligência artificial é um copiloto e não um piloto automático. Ela traz agilidade, produtividade e libera tempo para que as pessoas foquem em atividades mais criativas e criem soluções que irão encantar e entregar valor para os clientes.
Nesta nova Era do empreendedorismo, ser digital não basta. É preciso ser digital, inteligente e socialmente consciente. Não basta para fundadores de startups brasileiros, como nativos digitais, apenas ter a tecnologia na sua essência, eles precisam entender às soluções mais atuais e estarem conectados com as principais tendências socioeconômicas.
A IA generativa é a tecnologia do momento que, ao mesmo tempo em que é complexa, simplificou o acesso às soluções de ponta e tornou mais fácil o caminho da inovação. Portanto, para os empreendedores que buscam investimentos e desejam permanecer relevantes para os investidores, a adoção de IA em seus negócios é mais do que uma opção – é uma necessidade. A jornada pode parecer desafiadora, mas as recompensas potenciais são inegáveis.
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