A cidade de Macapá foi palco, na última semana, da terceira edição do Inova Amazônia Summit, evento promovido pelo Sebrae que vem consolidando a bioeconomia como um dos principais vetores de desenvolvimento sustentável para o Brasil. Depois de Manaus e Belém, o Summit chegou ao Amapá, estado que se destaca por ter cerca de 97% de sua cobertura vegetal preservada e que, cada vez mais, atrai olhares atentos ao potencial de transformar a riqueza natural em negócios inovadores e sustentáveis.
Com uma programação intensa voltada ao fomento da inovação, à valorização dos saberes locais e ao estímulo do empreendedorismo verde, o Inova Amazônia Summit reuniu empreendedores, pesquisadores, investidores e representantes de governos, em um momento que serviu não apenas de vitrine, mas também de articulação concreta para o fortalecimento do ecossistema de startups da região.
“O Amapá está mostrando o caminho”, afirmou Bruno Quick, diretor técnico do Sebrae Nacional, ao comentar o sucesso da edição realizada em Macapá. “Encontramos aqui um universo de empreendedores vibrante, instituições do Estado bem articuladas, pesquisadores de ponta. O professor Tavares, por exemplo, um dos 200 cientistas mais importantes do mundo, escolheu viver e trabalhar aqui. Isso é simbólico e mostra que o Estado está traduzindo na prática como usar seus ativos naturais de forma racional e estratégica”, ressaltou Quick.
Segundo ele, o Inova Amazônia Summit serviu também como um “esquenta” para a COP30, que será realizada em Belém no próximo ano. “O mundo está pedindo mais do que apenas descarbonização e transição energética. Está pedindo uma mudança no eixo do desenvolvimento econômico. E nós estamos convencidos de que o desenvolvimento conciliável com a saúde das pessoas e do planeta encontrará sua força, sua essência, sua alma, na bioeconomia. E não há nenhuma região no planeta cuja bioeconomia seja mais pujante do que a Amazônia”, completou.
Para Décio Lima, presidente do Sebrae, o momento é decisivo para o Brasil assumir o protagonismo global na economia verde. “Não há mais volta. Não há mais possibilidade de imaginar uma economia que não seja sustentável, digital e inclusiva”, afirmou. Ele ressaltou ainda que o Brasil reúne vantagens únicas para liderar essa transformação: “Somos o único país com seis biomas, com a Amazônia, com 87% do nosso consumo energético vindo de fontes saudáveis. E somos, acima de tudo, um país criativo. Quem cria startups hoje é o jovem brasileiro, pobre, que não desiste e que está revolucionando a economia”.
Lima destacou que o esforço do Sebrae em fomentar o ecossistema de inovação na Amazônia tem apresentado resultados concretos e expressivos. “O crescimento é extraordinário. O que vemos aqui no Inova Amazônia Summit é praticamente o dobro do que aconteceu no ano passado. Investidores vieram de todo o Brasil para conhecer o potencial desta região. Aqui, aquilo que muitas vezes é feito de forma familiar pode se transformar em um grande case econômico, gerando escala, valor e desenvolvimento sustentável”, avaliou.
O presidente do Sebrae também apontou o papel do Amapá como liderança nesse processo, destacando a articulação entre instituições públicas e privadas como fator determinante. “O Amapá hoje dá um grande exemplo ao estabelecer um verdadeiro paradigma para a Amazônia e para a economia brasileira sustentável”, enfatizou.
Inova Amazônia Summit discute o papel das startups na região
O Amazônia Summit contou também com a participação de Lindomar Góes, presidente da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), que, além de ser amapaense, tem liderado um movimento nacional para ampliar a densidade de startups no Brasil, com foco especial na região Norte. “A Amazônia representa 59% do território brasileiro, mas abriga apenas 10% das startups do país, segundo o Observatório do Sebrae. Para transformar o Brasil no país das startups, precisamos mudar esse cenário”, afirmou Góes.
Ele revelou que a Abstartups pretende lançar, ainda antes da COP30, o “Pacto Amazônia”, uma iniciativa que propõe a criação de um planejamento estratégico de inovação para cada estado da Amazônia. “Nossa meta é transformar o Brasil no país das startups, com 100 mil startups e 100 unicórnios. E, para isso, precisamos aumentar a diversidade regional e fortalecer ecossistemas como o da Amazônia, que têm potencial gigantesco para crescer”, completou.
O Inova Amazônia Summit também foi uma oportunidade para o lançamento de novas iniciativas locais, como o fortalecimento do polo gastronômico do Amapá, que busca valorizar a biodiversidade e os saberes tradicionais como diferencial competitivo. “Mais do que vender uma imagem, o Amapá está mostrando o caminho. Não adianta fazer as coisas do mesmo jeito e esperar resultados diferentes. Aqui, estamos vendo como a bioeconomia pode se transformar em política pública, modelo de negócios e desenvolvimento social”, destacou Bruno Quick.
Ao longo de três edições — Manaus, Belém e agora Macapá —, o Inova Amazônia Summit tem mostrado a força e o potencial transformador da bioeconomia na região, consolidando o trabalho do Sebrae como um dos principais articuladores desse movimento. Mais do que um evento, o Amazônia Summit é um marco no fortalecimento de um modelo de desenvolvimento que respeita os limites da natureza e valoriza a cultura local, ao mesmo tempo que promove a inovação e a competitividade no cenário global.
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