Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) que também contou com o apoio da EloGroup, Fundação Dom Cabral (FDC), Wayra Brasil, Vivo Ventures, Global Corporate Venturing (GCV) e ApexBrasil, revela um aumento significativo do interesse por parte das empresas em investir em Corporate Venture Capital (CVC).
O estudo contou com a participação de 41 empresas. Dessas, 82,9% possuem iniciativas de CVC. Em 58,5%, o programa é realizado por unidades de CVC com estrutura societária própria (fundos, SPEs ou offshores) e em 19,5%, direto do balanço da companhia. Já entre as companhias que ainda não possuem CVC (17,1%), 71,4% têm o objetivo de implementar um programa por meio da contratação de consultorias especializadas e 57,1% pretendem utilizar talentos da própria empresa.
“O crescimento no mercado de CVCs não foi abalado mesmo num ano em que o mercado de Venture Capital passou por ajustes, com diminuição de ritmo de investimentos, aumento de ciclo de avaliação de startups e readequação dos valores investidos”, disse Marcio Barea, gerente de estudos e pesquisas da ABVCAP.
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Em 2022, 13 empresas listadas na bolsa de valores lançaram suas iniciativas para financiar empresas em estágios iniciais, ante 8 em 2021. No total, foram R$ 3,04 bilhões de capital comprometido nesses programas no ano passado. Entre as empresas que responderam a pesquisa, 80% possuem receita líquida acima de R$ 1 bilhão; 22% são da indústria, 17,1%, do setor de energia, 12,2%, do segmento de saúde e outras 12,2%, de serviços Empresas de tecnologia da informação são 9,8% da amostra.
“A pesquisa mostra um amadurecimento do ecossistema de startups e capital de risco com uma busca das empresas investidoras por profissionalização das iniciativas de CVC. Essa tendência segue as melhores práticas globais de viabilizar os objetivos de inovação e novos negócios das companhias com retorno financeiro”, comenta Sandro Valeri, coordenador do Comitê de CVC da ABVCAP.
Ponto de atenção as práticas de Corporate Venture Capital
Um dos pontos de atenção do estudo, refere-se à necessidade de observar o processo estruturado das grandes empresas para inovação e as práticas CVC. “Além dos objetivos estratégicos para a inovação, a estruturação de um processo de apoio, seleção, investimento e absorção de conhecimento entre as empresas e startups é fundamental. Não existe paciência elevada com investimentos e perder recursos no atual momento não estaria na pauta. Isto é, equilibrar agendas de curto prazo e expectativas de longo prazo está no foco”, pontua Hugo Tadeu, Diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC.
“A pesquisa reflete o momento atual do ecossistema, que tem percebido cada vez mais a importância dos CVCs, não apenas como fonte de investimentos financeiros, mas para o acesso ao smartmoney e a potenciais parceiros de negócios. As grandes empresas se beneficiam com novas tecnologias e ainda ajudam as startups em seus movimentos de escalada”, finaliza Gabriela Toribio, Managing Director da Wayra Brasil e Vivo Ventures e coordenadora do Comitê de CVC da ABVCAP.
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