Olá! Após algum tempo, retomo os artigos regulares, falando de marketing, empreendedorismo, gestão estratégica, tecnologia e liderança, às vezes tudo junto e misturado.
Foram alguns meses dedicados a clientes de CMO on Demand e ao desenvolvimento de aulas presenciais e online, principalmente para cursos de pós-graduação e MBAs da FIA.
Retorno com o mesmo foco de compartilhar experiências e algum conhecimento apreendidos recentemente, dessa vez vivida no Vale do Silício.
Este artigo se inspira em uma imersão no Vale do Silício, que realizei recentemente. Após um pouco mais de 10 anos, retornei ao Vale, agora não mais no papel de executivo de uma das empresas pioneiras da área, mas como professor e estudante.
A FIA possui vários programas com experiências internacionais e no grupo Profuturo, onde leciono disciplinas de marketing, há uma imersão anual no Vale do Silício. Após apoiar na busca de agenda com algumas empresas multinacionais e profissionais conhecidos, fui motivado a me juntar ao grupo de alunos do MBA Internacional e do MBA Executivo e participar da imersão.
Acesse aqui e responda ao Censo Investidores 2023! Queremos ouvir você!
Simplificando: o Vale do Silício é o berço e a sede de muitas organizações de tecnologia, e é considerado o principal ecossistema de inovação e empreendedorismo do mundo.
O programa no Vale do Silício organizou um conjunto de visitas a empresas/organizações e aulas/palestras em duas das principais universidades do mundo (Stanford e UC Berkeley).
Os principais temas abordados estavam relacionados à inovação (tanto corporativa quanto de startups) tão destacada no ecossistema único que existe na região próxima a São Francisco, e que reúne com êxito a academia, as empresas de tecnologia, as startups e principalmente os talentos, pessoas que buscam fazer a diferença no mundo.
Como foi fazer parte do Vale do Silício
No Vale do Silício, tivemos aulas, palestras e debates sobre venture capital, aceleração de startups, gestão de profissionais da geração Z, quantum computing, negócios orientados a dados multidimensionais, mindset empreendedor, design (thinking), e muito sobre inteligência artificial (principalmente a bola da vez do momento, a generativa e suas aplicações, oportunidades e ameaças).
Também ouvimos muitos casos e experiências compartilhadas, principalmente por brasileiros que atuam em empresas como Google, Snapchat, e na gestão de fundos, aceleradoras e startups…
Até deu para me sentir mais “experiente”, quando visitamos os museus da Intel e do computador, e eu me lembrava do lançamento ou de ter usado a grande maioria dos produtos que estavam expostos (pelo menos aqueles que chegaram ao Brasil, desde o meio da década de 80).
Em linha com o meu objetivo de compartilhar, seguem os principais pontos da minha reflexão sobre tanto conteúdo visto no Vale do Silício, já avisando que cada ponto pode até render um artigo dedicado:
- No mundo das startups o capital é fundamental, e existe um modelo funcionando “a todo vapor”, com investidores ávidos a apostar em ideias, empresas nascentes e principalmente em pessoas.
- As regras do jogo dos VCs (venture capitalists) são muito mais favoráveis lá no vale, onde professores se tornam investidores de projetos de alunos, ou validadores de soluções, e não há contaminação da pessoa jurídica com a pessoa física em caso de falha do negócio, como exemplos do que pode ser melhorado por aqui.
- O empreendedorismo e a inovação são dependentes da tomada de risco e das falhas que geram aprendizados em um movimento contínuo, perseverante e resiliente, até que algo dê certo, e muitas vezes ainda é preciso sorte.
- A tecnologia de ponta, também é um motor para a disrupção de modelos, produtos e serviços, então é fundamental estar conectado com esta de alguma maneira e isto deve ser incluído no currículo de qualquer profissional, durante seu processo ininterrupto de “life long learning”.
- Sim, estamos vendo o nascer de uma nova era com aplicações e acesso a ferramentas de inteligência artificial, que se tornam possíveis graças à contínua evolução da lei de Moore, que já fornece poder computacional para isso.
- A produção de conteúdo e a abordagem de problemas complexos com múltiplos inputs da IA, está chegando para todos e vai mudar muita coisa no mundo, rapidamente. Prepare-se e aproveite.
- A computação quântica também está a caminho, mesmo que como toda tecnologia, seja cara e restrita neste início experimental, com muito ruído e erros nos qubits.
- Toda a transformação digital, que tanto falamos, se baseia em gestão de dados, em muitas dimensões.
- Todos os negócios precisam aprender a lidar com mais e mais “sinais”.
- Todos os profissionais devem ser famintos e aptos para a geração, gestão e aproveitamento dos dados com foco em resolver problemas, atender necessidades e construir/entregar valor para alguém (muitas vezes o cliente). As principais organizações do mundo já estão muito adiantadas neste quesito e são dominantes.
- Como aprender tanto em tão pouco tempo? Atitude/comportamento, experiência – fazendo, mindset de crescimento, tomando riscos, falhando sem vergonha ou culpa, e tomando o seu tempo para tudo que é importante.
- Compartilhar e dividir, seja recursos, ideias, propósitos etc. Isso faz muita diferença. Construir capital social. Ninguém deu certo sozinho.
- O Vale do Silício vive de um ecossistema muito desenvolvido, onde nem tudo é possível de ser copiado em outro local, e de uma cultura que mantém acesa a chama da busca por mudar o mundo (pensando e sonhando grande sempre), inclusive com a participação de talentos do mundo todo (imigrantes).
No final da experiência no Vale do Silício, cada local pode desenvolver seu ecossistema, com base nas suas fortalezas e nos seus diferenciais. A minha crença sobre a importância de profissionais, organizações e o estado trabalharem sobre os três capitais elementares só foi reforçada (capital financeiro, intelectual e social).
As pessoas, sejam colaboradores, sócios, investidores, fundadores, parceiros ou clientes, devem estar no centro, desde o design, passando por todas as experiências, respostas e soluções para problemas.
Sim, é possível vender uma ideia em 3 minutos, pois assistimos a 31 pitches de startups com o foco em soluções de saúde mental, que apresentaram suas propostas e suas demandas em apenas 3 minutos, na Plug & Play, e muitas foram bem.
Então é uma questão de nos inspirarmos com a informação e com o aprendizado e efetivamente fazermos algo diferente.
Além deste artigo, já comecei a mudar a dinâmica e o conteúdo de aulas, evoluir dinâmicas de mentoria e advisory, a testar e pesquisar mais sobre novas ferramentas e abordagens, incluindo as que usam inteligência artificial generativa, entre outras iniciativas.
E você?
O que pode fazer diferente e melhor para mudar o mundo?
Mãos à obra!
Acesse aqui e saiba como você e o Startupi podem se tornar parceiros para impulsionar seus esforços de comunicação. Startupi – Jornalismo para quem lidera a inovação.