Segundo a FGV, cerca de 58% das organizações brasileiras adotaram o trabalho remoto durante a fase mais crítica da pandemia – um aumento excepcional se considerarmos que, antes desse período, apenas 7% das organizações brasileiras operavam em regime de home office. E esta modalidade de trabalho veio para ficar. Hoje, 33% das empresas e 34% dos trabalhadores atuam em regime home office ou híbrido, sendo que nas áreas de consultoria e tecnologia este índice passa de 80%.
Além disso, as tecnologias emergentes, como inteligência artificial, aprendizado de máquina e big data, impulsionaram a digitalização do trabalho e aumentaram a demanda por profissionais com habilidades digitais. Com isso, um levantamento realizado pelo BID e pelo LinkedIn mostra que as contratações na área de tecnologia da informação cresceram em 60% durante a pandemia, e o investimento realizado por médias e grandes empresas na informatização de suas organizações chega a 9% da receita atualmente.
Em meio a tantas mudanças, o setor de Recursos Humanos (RH) tornou-se um parceiro estratégico cada vez mais importante para o crescimento das organizações. O RH desempenha um papel fundamental na retenção de talentos, redução da rotatividade e na entrega de valor percebido pelos principais stakeholders envolvidos no ecossistema organizacional.
Para fortalecer a cultura organizacional, as áreas de RH têm investido em softwares que auxiliam na contratação, comunicação e aprimoramento da gestão. Durante a pandemia, um estudo da Weseek, aproximadamente 19% das organizações adotaram novas ferramentas. Dentre essas, 30% correspondem a softwares de comunicação interna e 22% a softwares de recrutamento e seleção. Essas soluções tecnológicas permitem uma comunicação mais eficiente e transparente entre os membros da equipe, além de agilizar os processos de contratação e seleção de talentos.
“O uso desses softwares proporciona maior eficiência e produtividade ao time de Gestão de Pessoas, permitindo que ele se concentre em atividades estratégicas. O uso de dados e inteligência artificial em todos os processos que envolvem pessoas, desde recrutamento a avaliação de performance deixou de ser um diferencial para ser mandatório. As ferramentas ajudam a criar uma experiência positiva para os colaboradores, fortalecendo o vínculo entre eles e a organização”, explica Gustavo Gierun, CEO e Cofundador do Distrito.
Outro fator que impactou significativamente a área de Recursos Humanos é a saúde e o bem-estar dos colaboradores. Atualmente, 60% das áreas de RH consideram a saúde e o bem-estar dos funcionários como a maior preocupação dentro das empresas. Investir em programas de bem-estar tem demonstrado resultados positivos, uma vez que as empresas que adotam tais iniciativas têm uma redução de 26% nos custos com saúde e uma diminuição de 28% no número de atestados médicos.
O HRTech Report 2023 do Distrito, a maior plataforma de tecnologias emergentes da América Latina, confirma essa tendência. O relatório mostra que as HRTechs (startups de Recursos Humanos) receberam um total de US$ 1,9 bilhão em investimentos desde 2000.
Esse alto volume de investimentos demonstra a confiança dos investidores no potencial dessas empresas e sua capacidade de oferecer soluções inovadoras para os desafios enfrentados pelas organizações no campo de Recursos Humanos.
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Investimentos
As startups do setor de HRTech mostraram sua resiliência em 2022. Apesar de ter sido um ano de baixa para o mercado de tecnologia como um todo, essas empresas continuaram a realizar grandes rodadas de investimento, o que resultou em uma queda de apenas 12,77% no volume de investimentos em comparação com 2021, que foi um ano recorde para o mercado de Venture Capital. Vale lembrar que todo o ecossistema viu o volume de aportes cair de US$ 9,8 bilhões em 2021 para US$ 4,45 bilhões em 2022.
“Estamos otimistas com o mercado de HRTechs, que deve continuar crescendo e atraindo clientes B2B, seu principal escopo de atuação. Isso inclui tanto pequenas e médias empresas (PMEs), que podem utilizar essas inovações para gerenciar eficientemente seus pequenos times, quanto grandes corporações, que buscam aprimorar cultura e gestão de pessoas”, comenta Gustavo Gierun.
Além disso, as próprias startups do setor têm se tornado mais robustas. Em comparação com empresas mais tradicionais, elas lideram em número total de fusões e aquisições (M&As), expandindo seus escopos de atuação ou adquirindo concorrentes diretos.
Frentes de atuação – Startups RH
As startups do setor buscaram concentrar-se em diversas frentes de atuação no campo de Recursos Humanos. Com base na divisão do Distrito em três categorias: ‘Contratação’, ‘Aprimoramento e cuidados’ e ‘Gestão’, essas startups representaram 38,4%, 35,9% e 25,7%, respectivamente. Isso evidencia a ampla atuação dessas empresas e reflete a grande diversidade de opções de soluções disponíveis para contratação por parte das empresas.
Tendências
As tendências do mercado brasileiro indicam que o setor de startups no campo de Recursos Humanos continuará sendo relevante, uma vez que as empresas continuarão contratando e buscando soluções oferecidas por essas startups. A constante evolução das demandas das empresas por inovação, eficiência e otimização dos processos de RH impulsiona a procura por essas soluções.
“As startups de RH estão trazendo novas abordagens, tecnologias e modelos de negócio para atender às necessidades do mercado. Elas se tornaram parceiras valiosas para as empresas que desejam se manter competitivas e adaptáveis às mudanças do cenário empresarial. Essas empresas emergentes oferecem soluções ágeis, flexíveis e personalizadas, que ajudam as organizações a melhorar sua gestão de talentos, recrutamento, engajamento dos funcionários, entre outros aspectos-chave” conclui Gierun.
Portanto, é esperado que as startups de Recursos Humanos continuem desempenhando um papel relevante no mercado brasileiro, fornecendo soluções inovadoras que impulsionam a eficiência e o sucesso das empresas em suas práticas de gestão de pessoas.
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