* Por Renato Alves
Antes da pandemia do novo coronavírus eclodir no Brasil e no mundo afora, milhares de pessoas tinham o sonho de poder trabalhar de casa, usando o seu computador, internet e telefone. Conciliar o serviço com as outras atividades do dia, ter mais tempo com os familiares e amigos e conseguir atuar dentro do horário comercial, sem precisar enfrentar o trânsito nem encarar transportes públicos lotados, parecia a solução de grande parte dos problemas.
No entanto, depois de semanas sendo obrigados a trabalhar em esquema home-office para evitar a proliferação da doença, pergunto: será que o sonho virou pesadelo?
É óbvio que as condições atuais não faziam parte do cenário que em outro tempo imaginávamos. Se por um lado, de repente, muitos indivíduos se viram trabalhando em casa, junto com a presença integral das pessoas com quem divide o lar e em ambiente improvisado, por outro, empresas que nunca tinham adotado o home office, encontraram enormes dificuldades para gerenciar o negócio a distância, garantir que não sofresse os impactos da pandemia e que a qualidade da entrega dos seus colaboradores não iria declinar, uma vez que as cobranças e os direcionamentos passaram a ser feitos por e-mail e videoconferências.
Estamos tendo tempo o suficiente para nos adaptar a essa nova realidade e acredito que essa mudança no mercado de trabalho veio para ficar em definitivo. E não é apenas a minha opinião que aqui exponho. Uma pesquisa realizada pela consultoria Cushman & Wakefield, especializada em serviços imobiliários comerciais, aponta que quase 74% das companhias pretendem instituir o trabalho remoto depois que a crise passar.
A organização entrevistou 122 executivos de multinacionais que atuam no Brasil. Para comparação, na Bicalho Consultoria, rede onde sou diretor de expansão, 70% da equipe manifesta interesse em continuar trabalhando de suas casas.
Trabalhar sozinho exige muito foco e disciplina para que a rotina seja satisfatória e é difícil, ainda mais no meio de uma pandemia, encontrar a performance ideal para fugir das armadilhas que estar em casa proporciona, como acordar mais tarde, passar o dia de pijama e fazer pausas para descansos no meio do expediente.
Estabelecer regras, horários e pontuar as prioridades como se estivesse no escritório é fundamental para que você seja produtivo. E lembre-se: estar em casa não significa se esforçar mais que o necessário. A mente precisa descansar e temos que dedicar tempo para ficar com os filhos, ler, estudar, praticar exercícios e fazer o que quisermos, dentro dos nossos limites atuais.
Sou apaixonado pelas pessoas, por dividir o meu dia com os outros e espero que em breve toda a situação em que nos encontramos hoje melhore. Ainda que tenhamos que trabalhar de dentro das nossas casas para sempre, que o ir e vir seja livre para podermos encontrar nossos parentes, amigos e quem tanto nos fez falta durante a quarentena e o isolamento social. Enquanto isso, não se sinta solitário. Use as ferramentas digitais a seu favor e mantenha uma boa comunicação com a sua equipe. Se tudo der certo, logo estaremos juntos!
Renato Alves é Diretor de expansão da Bicalho Consultoria Legal, empresa especializada em internacionalização de negócios e franquias.