Os números da covid-19 no país continuam desafiando a população, o sistema de saúde, os gestores públicos e privados. Como controlar seu avanço? Como organizar uma retomada saudável das atividades? A falta de dados sobre o comportamento da pandemia e a propagação de informações desencontradas – ou mesmo falsas – aumentam a sensação de incerteza, angústia e caos.
Instituições de pesquisa, laboratórios e healthtechs do Brasil e do mundo correm contra o tempo atrás de uma solução. Testes laboratoriais em massa e a esperada vacina ainda não são realidade. Inteligência, neste momento, é a melhor arma.
Quanto mais soubermos sobre o comportamento da doença, quem ela ataca e onde, mais efetivas serão as estratégias de combate. A aplicação do teste laboratorial, que é caro e tem limitações (uma pessoa testada negativa hoje pode se contaminar amanhã), será dirigida aos pacientes que apresentem sintomas claros da doença. As estratégias de distanciamento social ou de retomada de atividades serão baseadas em dados epidemiológicos concretos, e não em arriscadas suposições.
Partindo dessas premissas, a empresa de tecnologia em saúde Heart Care desenvolveu um extenso protocolo de triagem online para detectar a possibilidade de infecção no usuário, qual seu risco de letalidade em caso de contaminação e como proceder a partir dessas informações.
Lançado em maio deste ano, em poucos dias, alcançou todos os estados brasileiros e outros 40 países. Os dados dos usuários, além de serem usados para alertá-los sobre sua própria saúde, alimentam um banco de dados inteligente que produz o mapeamento e os relatórios epidemiológicos por região e população.
No início de junho, a Heart Care ganhou um poderoso reforço ao firmar parceria com a operadora Claro, que está disponibilizando a plataforma para sua gigantesca base de clientes.
“A Heart Care assumiu o propósito de ser um ator decisivo no entendimento da expansão da pandemia no Brasil e no mundo – por isso nossa triagem estará disponível também em inglês e espanhol nos próximos dias”, diz o cofundador Daniel Santos.
Para atingir o maior número possível de usuários, a startup também está firmando parcerias com entidades públicas (municipais, estaduais e federais) e privadas de todo o país.
“Criamos um protocolo de triagem que considera os sintomas, os hábitos e os dados fisiológicos dos usuários da plataforma. Em tempo real, o sistema interpreta esses dados e indica uma resposta individualizada para cada pessoa que se submete ao questionário, sinalizando a probabilidade de estar contaminada e o nível de risco que a doença representa para ela, além de medidas emergenciais e preventivas que ela deve tomar a partir desse momento, conforme seu caso”, explica o médico cardiologista Hélio Castello, sócio da empresa.