Os sócios da Gulalá tem um objetivo ambicioso: eles querem criar uma nova categoria no mercado gastronômico. A startup, criada por Rodrigo Helcer, Thiago Burgers e Fábio Diomelli, tem a intenção de se colocar em um novo setor, que ficaria entre a ida ao supermercado e o pedido de delivery do consumidor que tem uma vida corrida. A companhia entrega na casa de seu cliente caixinhas com os ingredientes para que ele cozinhe com facilidade receitas criadas por chefs.
“Antes, em casa, você tinha três alternativas: o supermercado, o delivery e a comida congelada. O Gulalá tem um pouco de supermercado, já que a gente faz as compras pelo cliente, mas o produto chega na casa dele, sem que ele tenha que pegar a fila ou o trânsito”, afirma Rodrigo. Criada com aportes de Cláudio e Ricardo Gora, a companhia está em operação há um mês, por enquanto com atuação só em São Paulo.
Para colocar toda essa cadeia em funcionamento, Rodrigo afirma que a startup fechou parcerias estratégicas com fornecedores de restaurantes e supermercados, além de um parceiro ligado à logística externa. A Gulalá também mantém um galpão, onde armazena seus produtos e a equipe fiscaliza a qualidade do que chega e faz a montagem das caixinhas que são enviadas aos clientes.
As receitas disponíveis devem mudar um pouco a cada semana, diz o sócio, mas são criadas por chefs de cozinha como Renata Vanzetto, Mariana Valentini e Fábio Lazaniti. “O chef cria a receita e ela passa por um processo de amadurecimento, em que consideramos as questões logísticas, econômicas, calóricas, de dificuldade de preparo”, explica Rodrigo. Segundo ele, o consumidor vê, antes de pedir, os utensílios que irá precisar no preparo, mas a ideia é sempre simplificar.
O desafio é fazer tudo isso sem pesar no preço. Rodrigo afirma que as receitas saem por cerca de R$ 25 por pessoa, mas o usuário paga pelo prato para duas pessoas ao comprar os créditos que usará no Gulalá (preço competitivo para São Paulo, mas um pouco caro para outras cidades do interior). Por enquanto, a entrega também precisa ser agendada e programada para ser feita de terça a sexta –não dá, por exemplo, para ter a ideia no final da tarde e pedir para o mesmo dia.
Por enquanto, a atuação do Gulalá está restrita à São Paulo, mas eles afirmam que estão fechando modelos para a expandir para outra cidade em até três meses (eles não revelam qual a cidade).
Uma anedota interessante sobre a Gulalá está na velocidade com a qual eles chegaram ao mercado. Há quatro meses eles tiveram a ideia e, um mês depois, já tinham finalizado a captação do seed. Rodrigo conta que já tinha experiências anteriores na concepção do plano de negócios e isso ajudou na agilidade da coisa. “Os erros do passado ensinam muito e você ganha mais velocidade, já sabe o caminho”, afirma.