Famílias no exterior estão processando algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo por deixarem de propósito crianças expostas a conteúdos e produtos prejudiciais, segundo a BBC.
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O processo é movido contra a Meta, empresa proprietária do Facebook e Instagram, o TikTok, o Google e o Snap Inc., dona do Snapchat. A ação judicial é uma das maiores já solicitadas no Vale do Silício. O processo inclui desde famílias comuns até órgãos escolares em várias partes do EUA.
A juíza Gonzalez Rogers, que está lidando com o caso, decidiu na semana passada que as empresas não podem usar a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que protege a liberdade de expressão. A juíza também declarou que a Seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações, que afirma que as plataformas não são editoras, não daria proteção total às empresas.
De acordo com o g1, Rogers considerou que a falta de verificação adequada da idade dos usuários e os fracos controles parentais, como argumentam as famílias, não são questões de liberdade de expressão. Para as famílias, o posicionamento da juíza foi visto como uma vitória significativa.
As empresas se pronunciaram dizendo que as alegações são falsas e afirmaram que proteger as crianças em todas as plataformas sempre foi fundamental para o trabalho deles.
Posicionamento de jovem contra empresas
Taylor Little, de 21 anos, compartilhou sua dependência à internet. Little, que é residente do Colorado, nos Estados Unidos, disse que era dependente das redes sociais desde os 12 anos. “Se tirassem meu celular era como ter abstinência. Era insuportável. Literalmente, quando digo que era viciante, não quero dizer que se tratava apenas de um hábito. Quero dizer que meu corpo e mente ansiavam por aquilo”, explicou.
Little lembra da primeira notificação de mídia social que clicou. Era um perfil pessoal que falava sobre automutilação, com imagens sensíveis de ferimentos e cortes. “Aos 11 anos, acessei uma página e vi isso sem aviso. Não procurei por esse tema. Tenho 21 anos e ainda consigo ver aquelas imagens”, lembrou.
Segundo o relato, conteúdos sobre distúrbios alimentares e de corpo começaram a aparecer. “Isso era, e ainda é, como um culto. Você é constantemente bombardeado com fotografias de um corpo que não pode alcançar sem morrer. Não há como escapar disso”, explicou.
O caso de Molly Russell, garota britânica de 14 anos que tirou a própria vida em 2017 por ser exposta a conteúdos com tons negativos e depressivos no Instagram, foi bastante citado pelos advogados das famílias. “Me sinto incrivelmente com sorte por ter sobrevivido. E meu coração se parte de maneiras que não consigo expressar por pessoas como Molly”, lamentou Taylor à BBC.
Esse e outros casos, além do próprio, fizeram Little ficar ainda mais determinada em seguir com a ação judicial. “Eles sabem que nós estamos morrendo. E não se importam. Eles ganham dinheiro com a nossa morte. Toda esperança que tenho para uma mídia social melhor depende inteiramente de nós vencermos a ação e forçá-los a fazer as mudanças”, completou à BBC.
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