A Estou Refugiado é uma startup focada em tornar o processo de refúgio menos doloroso, ajudando imigrantes a se inserirem no mercado de trabalho no Brasil. A empresa funciona como uma Organização Não-Governamental e conta com a colaboração de voluntários que vão desde profissionais de recursos humanos, psicólogos, comunicadores, entre outros.
Segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, entre janeiro e junho de 2022, o Brasil concedeu refúgio a 1.720 pessoas que buscam segurança fora de seu país de origem. Há pedidos de 121 nacionalidades diferentes, e a maioria, cerca de 55%, é da Venezuela e tem a condição reconhecida por grave, já que se refere a violência de direitos humanos, como guerras e insegurança alimentar.
“Quando começamos o movimento em 2015, percebemos que as pessoas e as empresas não tinham um conhecimento prévio sobre a questão do refúgio. Inclusive, até hoje as corporações não sabem muito sobre o tema e como contratar e inserir os refugiados dentro do mercado de trabalho”, comenta Luciana Maltchik, CEO e fundadora da Estou Refugiado.
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Estou Refugiado: como o movimento começou
Luciana é formada em publicidade e há muitos anos trabalha com comunicação, porém ao chegar próximo dos 50 anos percebeu que queria fazer algo diferente e que mudasse a vida de outras pessoas. De forma orgânica ela iniciou o movimento Estou Refugiado, e realizou uma pesquisa através do Tinder, aplicativo de relacionamento, para medir o nível de preconceito da população e, segundo a própria, o que começou com humor terminou de forma dramática.
“A nossa pesquisa funcionou da seguinte forma: primeiro os refugiados criaram um perfil no Tinder e colocaram a sua nacionalidade sem mais informações, nessa primeira etapa eles receberam muitos matchs e ficaram felizes com o resultado”, conta a CEO. “Depois pedimos para que eles colocassem na bio as condições que os levaram a sair de seus países e o motivo pelo qual estão no Brasil. A partir daí, vimos que a situação mudou completamente, e era como se o perfil dessas pessoas não estivesse visível, então constatamos que há muito preconceito e desinformação a respeito da imigração”.
Além do Tinder, a startup também realizou outra pesquisa, mas desta vez com os refugiados, a empresa queria saber como os imigrantes viam o Brasil e o resultado foi negativo mas era o esperado. “A maioria das pessoas que são do continente africando e estão refugiados no país relatam sofrer com o racismo e dizem que o brasileiro em si é pouco receptivo. Isso só evidencia o que já sabemos: a sociedade em que vivemos é extremamente racista”, diz Luciana.
Visando mudar essa realidade em que se encontram os refugiados, a startup compartilha histórias nas redes sociais sobre os imigrantes que tiveram que largar tudo para construir uma vida do zero no Brasil. Através das redes sociais e do site da empresa, as organizações conseguem ter acesso às informações sobre o perfil dos candidatos e assim, realizar o processo de recrutamento, seleção e posteriormente inserção. Atualmente, já são mais de 2 mil refugiados realocados.
Estou Refugiado está em busca de recursos financeiros
Atualmente a startup conta com uma equipe de 10 colaboradores e tem mais de 3 mil pessoas em todo o Brasil em situação de refúgio cadastrados na plataforma e em busca de novas oportunidades.
Até o momento a startup não recebeu nenhum investimento, e segundo a CEO a falta de recursos afeta diretamente a estrutura da empresa, o que dificulta o processo de inserção de mais refugiados no mercado de trabalho. E, por isso, a empresa está em busca de aportes financeiros.
“Queremos mudar a vida de mais pessoas, mas para isso precisamos que as empresas entendam que acolher pessoas refugiadas não significa ter prejuízos e sim uma mão de obra a mais e uma pluralidade grande dentro da organização”, finaliza Luciana.
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