Neste mês será realizada a 11ª Black Friday no Brasil. No período que antecede uma das principais datas do varejo no ano e inaugura a época de compras para o Natal, o comércio digital inicia campanhas de descontos e se prepara para uma temporada de ofertas ainda mais digital.
Há grandes expectativas no segmento por conta do distanciamento social e medidas contra aglomerações, devido às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o distanciamento social por conta da pandemia. Pesquisa da ABComm estima crescimento de vendas online de 77% em 2020 no Brasil em comparação com o ano passado.
Mas será que preço baixo é só o que importa para vender mais nesse momento? Quatro especialistas do segmento de e-commerce compartilharam algumas dicas para o período. Confira:
Olho no cliente para não perder vendas
Rodrigo Ricco, CEO e fundador da Octadesk, startup que auxilia marcas a venderem e atenderem via canais digitais, ressalta que muitas empresas perdem vendas diariamente por não conseguirem captar leads corretamente e reforça a importância de um contato 24 horas por dia, sete dias por semana.
“No exemplo de um e-commerce, a cada 3 mil visitantes que chegam a home de um site, cerca de metade deles busca por um determinado produto. Pela quantidade de fricções e a falta de um atendimento na hora que a pessoa está transitando pelo site, só 700 destes usuários vão até carrinho de compras, e apenas 200 concluem a compra de fato. Percebe como muitos desistem no meio do caminho?”, completa Ricco. Para o empreendedor, um caminho para resolver esse tipo de problema é utilizar chatbot para vendas e atendimento na plataforma.
Estratégias de comunicação
No período que antecede a data de vendas, é importante conhecer e estar próximo do seu cliente. Para Thiago Santos, CEO da e-thinkers, se a empresa fez bem o trabalho de captação no período que antecede a Black Friday, entre outubro e início de novembro, ela terá uma base sólida para se comunicar.
“Recomendo que parte dos investimentos sejam em mídia de remarketing e mídia display, para que a empresa impacte novamente essas pessoas que foram captadas. O investimento deve ocorrer também na estratégia de comunicação direta, seja e-mail marketing, SMS ou Whatsapp”.
Santos ainda aponta que na hora da venda é importante que inventário e vitrines estejam organizados. Colocando em evidência o que a empresa tem mais em estoque, aumentando assim a oportunidade de escoamento e de ter um bom resultado.
Transparência e acessibilidade
Nos primeiros anos desta data do calendário comercial, surgiu o termo “Black Fraude”, referente as falsas promoções e informações não muito claras. Por conta disso, o consumidor começou a ter receio e analisar bem suas opções.
Paula Gusmão, CEO da eÓtica, e-commerce de óculos, aponta a importância de ser transparente e claro com o cliente. ”A Black Friday surge como uma oportunidade para fidelização e, por isso, transparência, acessibilidade e atendimentos ágeis são fundamentais para garantir uma jornada positiva. É importante diversificar os canais de venda, pois desta forma, é possível impactar diferentes nichos e públicos, inclusive nas redes sociais, que são as mídias ideais para direcionamento de campanhas e anúncios”, completa a empreendedora.
Segundo dados do Ebit Nielsen, os maiores motivadores para compras na última Black Friday foram os sites de busca, redes sociais e o acesso direto às lojas virtuais.
Logística e período maior de promoções
Segundo o Guilherme Lippert, head de Growth e Equity Partner da V4 Company, por conta da covid-19, as lojas físicas devem fazer períodos maiores de promoções para evitar aglomerações, porém devem utilizar o e-commerce como carro-chefe para realizar as vendas.
“As lojas vão focar no digital em 2020. Por isso é importante se programar, pelo menos com 30 dias antecedência, e realizar uma logística eficiente para conseguir entregar o produto e não frustrar o consumidor. Nesse período de Black Friday, é comum o usuário realizar determinada compra e depois receber uma mensagem da empresa informando que o produto não está mais disponível em estoque. Isso é falta de planejamento”, comenta.
Por fim, Lippert destaca que as lojas precisam saber divulgar as ofertas para que os consumidores tenham conhecimento da existência delas e os produtos não fiquem parados no estoque.