O Bing, buscador com inteligência artificial da Microsoft, começou a ligar o nome de um médico com mais de 40 anos de carreira com mais de 100 casos de assédio espalhados pelo Brasil entre os anos 2011 e 2013. Não apenas médico, o profissional era o responsável por apurar os casos de assédio, e teve a sua ligação com os casos confundida pela IA.
Em março de 2023, o Bing passou a ter o ChatGPT integrado em sua ferramenta de busca, e agora pode responder perguntas dos usuários. O profissional descobriu a ligação entre os casos de assédio ao seu nome ao se pesquisar na plataforma. O profissional abriu um processo contra a Microsoft, pedindo R$ 60 mil de indenização por danos morais.
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Em 15 de junho, foi determinada a exclusão da associação do médico aos casos de assédio, em um prazo de 48 horas, sob pena de R$ 5 mil. O caso tramita sob segredo de Justiça. A decisão da 7ª Vara Cível de Bauru (SP) é muito provavelmente a primeira ação que responsabiliza uma empresa por erros provocados por IAs.
IA acusa de assédio médico que apurava os casos
O profissional trabalhava como um dos responsáveis por apurar denúncias contra médicos no Cremesp. Em uma entrevista dada por ele em 2023, o médico falou que existiam mais de 100 investigações em São Paulo relacionadas a casos de assédio sexual: 33 (2011), 58 (2012) e 14 (2013).
A IA do Bing se baseou em parte dessas informações e errou. Ela equivocadamente entendeu que os números de denúncias citados pelo médico na matéria jornalística eram contra ele, e não os apurados contra outros profissionais.
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