A nova iniciativa da rede de fast-food Chick-fil-A, ao lançar o seu próprio aplicativo de vídeos no estilo Netflix, é um exemplo claro de como as empresas estão indo além de seus produtos físicos e criando ecossistemas digitais ao redor de suas marcas. Isso é o que chamo de “camada de serviços”, um conceito que exploro profundamente tanto no meu livro Inevitável quanto no meu novo lançamento, o livro [O Ponto Cego Empresarial].
A empresa entendeu que o jogo não é mais só sobre vender sanduíches, fritas e milkshakes, mas sobre criar experiências que transcendam o ponto de venda e mantenham os clientes engajados a qualquer momento, em qualquer lugar.
O futuro dos negócios é focar na criação de um motor 2
Esse movimento da Chick-fil-A evidencia uma plataforma de negócios em ascensão, onde o entretenimento digital se torna o novo motor de crescimento. Chamá-lo de “playground digital” é uma estratégia ousada, mas extremamente necessária no contexto da Nova Economia. A empresa não está tentando competir diretamente com as gigantes do streaming como a Netflix em termos de assinaturas ou publicidade. O objetivo real é outro: manter os clientes conectados com a marca durante todo o seu tempo livre, criando uma ligação emocional que potencialmente aumentará as vendas. Afinal, quem consome os vídeos, piadas, Ideias de artesanato, e-books, histórias interativas e jogos no app, inevitavelmente pensará em passar na loja para comer.
Aqui, vemos um exemplo perfeito do “motor 2” de crescimento, conceito que menciono em ambos os livros. O motor 1 ainda são os sanduíches de frango, mas o motor 2 é o ecossistema de conteúdo, que mantém a marca viva na mente do consumidor o tempo todo. Empresas que querem sobreviver e prosperar daqui para frente precisam olhar além do produto físico. Quem ainda está pensando apenas em vender algo, está com um ponto cego.
O jogo é outro: é preciso criar um entorno que mantenha o cliente engajado, mesmo quando ele não está consumindo diretamente.
Esse é o futuro dos negócios: quem não criar uma plataforma de negócios ao redor de sua marca, oferecendo algo mais do que o produto, está fadado a ficar para trás. Isso vale para todos os setores, não só para o fast-food. O cliente do século XXI não se contenta em apenas comprar; ele quer entretenimento, envolvimento e experiências que justifiquem sua lealdade. Empresas que se limitam ao motor 1 não apenas perderão relevância, mas também serão atropeladas por marcas que entenderam essa necessidade de expansão.
Mas se você pensa que rede de fast food é pequena ou desconhecida para tirar o FOCO do negócio principal, está enganado!, a Chick-fil-A é a segunda maior rede de lanchonetes dos Estados Unidos.
Este CASE é um alerta para qualquer empresário que ainda não abriu os olhos para o presente. O mercado não está mais nas lojas físicas, mas nas mentes e no tempo dos clientes. E, com o tempo cada vez mais disputado por diversas formas de conteúdo, é essencial que as empresas criem algo que mantenha a atenção do consumidor, mesmo quando ele não está comprando. A fidelidade não será mais apenas sobre preço ou qualidade, mas sobre o quanto a marca se faz presente na vida cotidiana.
Se você ainda não pensa em criar algo em torno do seu negócio, é hora de reconsiderar. O tempo de apenas vender acabou, é preciso ser comprado. O futuro pertence àqueles que constroem ecossistemas digitais, que criam plataformas e que investem em motores de crescimento além do produto principal. O exemplo da Chick-fil-A é uma amostra clara disso: quem joga o jogo de ontem está perdendo o de hoje e principalmente o do amanhã.
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