A sociedade vem acompanhando a evolução tecnológica em um ritmo cada diz mais veloz. E com o mundo da computação em nuvem não é diferente. Embora este mercado tenha crescido muito nos últimos 20 anos, em 2020, com a pandemia da Covid-19, o setor passou a crescer em ritmo ainda mais acelerado, trazendo recordes para as empresas do ramo.
Segundo o relatório State of the Cloud 2021, da Bessemer, em 2020 mais de US$ 186 bilhões foram investidos em empresas de nuvem. Além disso, o relatório ainda aponta que houve um crescimento médio de 80% ao ano entre quase todas as 100 principais empresas de cloud do mundo.
Já uma pesquisa da Cloud Wars, os cinco principais fornecedores de tecnologia em nuvem geraram cerca de US$ 37 bilhões em receita somente no quarto trimestre de 2020.
Transformação digital em expansão
Este é um crescimento que não demonstra sinais de diminuição quando projetamos o mundo pós-pandemia, pois a computação em nuvem tornou-se o facilitador para a transformação digital.
A Salesforce, por exemplo, define a nuvem 3.0 como o futuro digital em que as pessoas poderão exercer suas atividades de onde quiserem, e projeta que o trabalho remoto, será apenas trabalho, que o e-commerce, será apenas comércio, e as videochamadas, serão apenas reuniões.
“Embora tenhamos uma visão semelhante a essa, nossa empresa prefere chamar de terceira onda da nuvem, pois descreve os impulsionadores de negócios para o crescimento da nuvem. Está claro que estamos entrando em uma nova era de inovação, uma era que se concentra tanto nas pessoas quanto nos produtos”, afirma Emerson Lima, CEO da Sauter Digital, empresa de transformação digital especializada em serviços de Dados, DevOps e Nuvem.
Terceira onda
A ‘primeira onda’ de computação em nuvem começou com o surgimento do software como serviço. Tratava-se de aplicativos funcionais que prometiam ser rápidos de implementar, fáceis de usar e mais baratos de gerenciar.
Na ‘segunda onda’, o impulsionamento se deu em decorrência da crise financeira de 2007-2008, quando grandes corporações reconheceram o valor desse modelo. Eles se viram obrigados a investir na computação em nuvem para buscar recuperar a lucratividade e aumentar a agilidade em um momento em que estavam passando por alguma interrupção.
Já na ‘terceira onda’, o fomento ocorreu devido a um novo evento externo, que obrigou as empresas a se adaptarem rapidamente. Mas, assim como as ondas anteriores, esta baseia-se em tentativas de melhorar a produtividade, a lucratividade e o desempenho. No entanto, as empresas agora enxergam a conectividade e o engajamento como fatores determinantes.
Oportunidades e desafios
Em busca de aumentar a competitividade e conquistar êxito na ‘terceira onda’ as empresas estão buscando investir, construir e reter talentos que possuem habilidades digitais especializadas. Entretanto, esses profissionais, que atualmente já não são encontrados com facilidade, serão ainda mais difíceis na ‘terceira onda’. Segundo um estudo da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), estima-se que, até 2024, o setor tecnológico tenha cerca de 290 mil vagas em aberto.
De acordo com uma outra pesquisa, esta do Boston Consulting Group, quase 90%, das 200 empresas globais do setor tecnológico pesquisadas em 2020, relataram que encontrar e reter talentos digitais será um dos maiores desafios que enfrentarão nos próximos dois anos.
Muitas empresas estão tentando construir suas equipes internamente, mas confiar nas consultorias de nuvem da ‘terceira onda’, cuja competência principal é recrutar e desenvolver talentos técnicos, será essencial para a sobrevivência das empresas.