Governos e empresas desenvolvedoras de tecnologias de todo o mundo estão estudando o possível uso de “passaportes de vacinação” como uma forma de reabrir economias, identificando pessoas já protegidas contra o coronavírus.
No entanto, as desenvolvedoras afirmam que essas ferramentas têm consequências, como a possível exclusão de grupos inteiros de eventos sociais, e exortam os legisladores a refletir seriamente sobre seu uso. As indústrias de viagens e lazer, que tentaram sobreviver com a aplicação de regras de distanciamento social, estão especialmente interessadas em uma forma de verificar rapidamente quem está protegido.
Entre as companhias que estão desenvolvendo passaportes estão a empresa biométrica iProov e a empresa de segurança cibernética Mvine, que criaram um passaporte de vacinação que está sendo testado pelo Serviço Nacional de Saúde Britânico após receber financiamento do governo britânico.
O fundador e CEO da IProov, Andrew Bud, acredita que esses passaportes precisam conter apenas duas informações. “Uma é: essa pessoa foi vacinada? E a outra: como é essa pessoa?”. Apenas um rosto deve ser relacionado a um estado de vacinação, sem a necessidade de saber a identidade da pessoa, acrescentou ele.
Suécia prepara certificado digital
A Suécia já planeja lançar um “certificado de vacinação digital” e encarregou três agências governamentais de desenvolver a infraestrutura para lidar com os dados pessoais relevantes. O novo certificado deve estar pronto para uso “antes do verão [do hemisfério Norte]”, disseram a ministra da Saúde Lena Hallengren e o ministro da Digitalização, Anders Ygeman, em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira.
O país nórdico está seguindo iniciativas para ajudar a facilitar as viagens internacionais atingidas por bloqueios para combater a pandemia. – Esse certificado deve ser reconhecido por outros países – disse Hallengren. – Por esse motivo, a Suécia está trabalhando ativamente com a OMS e a UE para garantir que os certificados mantenham um padrão internacional.
Os líderes da União Europeia concordaram em uma videoconferência no mês passado em trabalhar em uma “forma padronizada e interoperável de prova de vacinação para fins médicos”. As circunstâncias em que os certificados podem ser usados serão determinadas “numa fase posterior”, de acordo com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
* Por Agência O Globo, para a Exame.com