Em recente informe científico, a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou o risco de transmissão do novo coronavírus pelo ar, o que aumenta a preocupação com ambientes fechados ou pouco ventilados, situação em que o vírus pode permanecer em suspensão no ar por várias horas e tem potencial de infectar múltiplas pessoas, ainda que não estejam próximas entre si.
Neste cenário, chega ao mercado a nova linha do SuperAr, esterilizador de ar de alta vazão desenvolvido e produzido pela empresa KIIR, na Incubadora USP/IPEN-Cietec. Originalmente voltado para eliminação de fungos e bactérias e com foco em bibliotecas e arquivos, o aparelho foi aprimorado com sucesso para destruir também o Sars-CoV-2 em suspensão no ar, auxiliando no combate à covid-19.
A nova linha SuperAr foi projetada para ser usada em ambientes internos, tanto residenciais, como comerciais. Escolas, academias, restaurantes, escritórios, consultórios e hospitais serão atendidos por unidades do SuperAr M25, cujo número necessário varia em função do tamanho e características de cada local. Já os consultórios de odontologia e ambientes com maior exposição a aerossóis concentrados e potencialmente contaminantes, contarão com o SuperAr D30, que possui ducto direcionador e maior capacidade de aspiração.
Eficácia comprovada
A eficácia do SuperAr foi comprovada no Laboratório de Virologia do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pela virologista e professora titular do Instituto de Biologia da Universidade, Dra. Clarice Weis Arns. O laudo do laboratório da Unicamp, emitido em 03 de julho de 2020, comprova que o equipamento reduz em 99,99% a quantidade de coronavírus em suspensão no ar.
De acordo com Clarice, o mecanismo do aparelho SuperAr aspira o ar ambiente, eleva sua temperatura a 380° graus na câmara de esterilização, por meio de um conversor regenerativo de calor e, em seguida, abaixa a temperatura antes de devolver o ar limpo ao ambiente. “Este processo possui um sistema fechado de calor e aberto para troca de ar e acaba matando os vírus”, afirma a virologista.
Além do teste na Unicamp que demonstrou eficácia para inativar vírus, o SuperAr também fez avaliações bem sucedidas quanto à eliminação de fungos termorresistentes no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) e no Instituto Adolfo Lutz.
Surgimento e missão
De acordo com Gilberto Janólio, pesquisador e engenheiro responsável pela tecnologia inovadora do esterilizador, o desenvolvimento do SuperAr só foi possível a partir do encontro da ciência com a indústria, há cerca de 18 anos. Na ocasião, a empresa KIIR, especializada em estruturas de alumínio, emprestou seu conhecimento prático das propriedades do metal, construiu um pequeno laboratório de testes e criou uma linha de produção especializada, dando consistência à ideia do sistema termorregenerativo. “Este sistema possibilita a esterilização do ar em alta vazão (500L/min) pelo o processo HTST (High Temperature Short Time), que é similar à pasteurização”, explica Janólio.
Segundo Amilcar Crosera, fundador e CEO da KIIR, a divisão de esterilizadores tem como objetivo imediato apresentar soluções para proteger profissionais de saúde e ajudar a todos na retomada das atividades com segurança, no “novo normal”. “No entanto, nossa missão vai além da pandemia, queremos que as pessoas tenham acesso a ar de boa qualidade e inspirem ar puro”, ressalta Crosera.
O aparalho pode funcionar 24h por dia com pessoas no ambiente, sem riscos à saúde e foi projetado para funcionar 20 mil horas sem manutenção.