Existe uma visão muito glamurosa sobre empreendedorismo: algumas pessoas acreditam que basta abrir uma empresa, de qualquer tamanho, e a mágica simplesmente vai acontecer. Entretanto, o que poucos têm noção é que empreender não é uma tarefa fácil, ainda mais no Brasil, que enfrenta longos períodos de crise e instabilidade financeira.
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Quando falamos na criação de startups, o cenário é ainda mais difícil. E por que digo isso? Hoje, muitos jovens possuem boas ideias no papel e desejam colocá-las em prática, mas não contam com uma estrutura adequada para tornar realidade, o que inviabiliza o projeto. Afinal, ser dono do próprio negócio demanda mais que apenas um sonho.
Segundo dados disponibilizados pelo Sebrae, existem cerca de 20 mil startups em atividade no Brasil em 2023, porém, a perspectiva é que só dois mil desses negócios tenham fôlego para sobreviver. Nove em cada dez startups costumam encerrar as suas atividades logo nos primeiros anos de operação.
A pergunta que não quer calar é: por que isso acontece com tanta frequência? É fato que o mercado é extremamente competitivo, então para que o seu negócio consiga se destacar perante os demais é preciso que, além de ter um viés de inovação, oferecendo produtos e serviços de qualidade, esteja bem estruturado, isto é, tenha capacidade de entregar o que é preciso em cada etapa, da validação da ideia até entrega com qualidade em escala.
Caso sua empresa não tenha essas características, que considero como básicas, falhas vão aparecer logo no início do processo de criação, fazendo com que tudo seja mais trabalhoso do que deveria ser e você não terá capacidade de reação. O que demonstra uma fragilidade imensa do negócio em questão, que estaria começando com o “pé esquerdo”.
Sabemos que nada é perfeito, mas se sua empresa já conseguiu avançar em alguns destes pontos, está com uma estrutura razoavelmente qualificada e oferece produtos ou serviços de maneira estável, é o momento para olhar para processos internos e fazer pequenos ajustes para continuar evoluindo.
Por outro lado, se nada estiver funcionando da maneira desejada, é essencial voltar para a prancheta. Isso acontece porque a sua estratégia e o seu plano de execução não estão conversando com a sua realidade, em alguma medida.
Coisas que podem estar dando errado: capacidade de dar foco no que é mais importante; nível de alinhamento quanto à direção do negócio; processo de validação das hipóteses de produto e mercado; capacidade de tratamento de informações para tomada de decisão do rumo da organização.
Por essa razão, é preciso adotar uma forma de gerenciar o negócio que ofereça uma visão ampla do que está acontecendo, que toda a equipe tenha visibilidade das informações, como está o andamento do negócio e que as pessoas saibam como as suas tarefas se encaixam dentro do contexto.
Em um cenário tão volátil, é fundamental que o seu planejamento possa ser ajustado em períodos curtos, ou seja, nada de se apegar a um plano anual. Hoje em dia, um ano é uma eternidade para grandes empresas, o que dirá uma startup ou scale up.
Neste sentido, os OKRs – Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves) -, contemplam todas essas necessidades, com um processo que ajuda recalcular rota em ciclo menores, geralmente de três meses, possibilitando ajustes frequentes na execução estratégia que está sendo traçada.
Com uma cadência assim, divida as informações relevantes para ter todos alinhados em torno do que é prioritário a cada momento e trabalhe não só pensando no que você está fazendo ou precisa fazer, mas no resultado que está sendo gerado a partir das coisas que estão sendo executadas. Faça o time refletir sobre estas coisas, para que nos processo do ciclo trimestral, você corrija a rota e não cometa os mesmos erros do ciclo anterior.
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