Enquanto muitos olham para o momento atual e só veem a crise, os empresários Felipe Kavaleski, Diego Wesley Mazali e José Henrique Caldas viram uma oportunidade. Os jovens empreendedores criaram a startup Biocobre Biotecnologia, que vem ganhando destaque no cenário atual.
Com o objetivo de diminuir os riscos da contaminação pelo coronavírus, eles investiram cerca de R$ 120 mil em pesquisas para o desenvolvimento do biocobre. O biocobre é o único revestimento adesivo a base de íons de cobre com capacidade antimicrobiana capaz de inativar 99.9% dos fungos, bactérias e vírus como a MERS e o H1N1, o que se mostra essencial contra a pandemia da covid-19.
A Biocobre efetuou estudos com o Sars-Cov-2 junto ao Laboratório QuasarBio, que realizou testes em laboratório com nível 3 de biossegurança, totalmente apto para a manipulação desse tipo de vírus. “Temos orgulho de ser uma das poucas empresas a realizar testes utilizando diretamente o Sars-Cov-2 e não um vírus similar, baseados na norma padrão ISO 21702-2019, com carga viral elevada nos experimentos, para uma análise mais apurada na avaliação do poder do nosso produto”, afirma Felipe Kavaleski, CEO da Biocobre.
De acordo com o Dr. Lúcio Freitas Junior, pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e responsável pelo Laboratório QuasarBio, em testes preliminares o biocobre foi capaz de inativar mais de 77%, do Sars-Cov-2 em menos de dois minutos, 95% em menos de 10 minutos, e mais de 99% em até 30 minutos, reduzindo de forma expressiva as chances de contaminação em áreas aplicadas.
“Quando um microrganismo atinge a película biocobre, ele é inundado com íons de cobre que se ligam em moléculas presentes nas superfícies das células bacterianas e de vírus, destruindo membranas e impedindo a respiração celular. O biocobre não só mata esses patógenos, ele destrói o DNA e o RNA eliminando a possibilidade de mutação ou evolução porque todos os genes são destruídos”, explica a microbiologista Dra. Ana Paula Dores Ramos, consultora técnica e científica da Biocobre.
A eficácia do cobre na defesa contra superbactérias também foi apoiada por outros estudos. Uma pesquisa financiada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos descobriu que o uso de cobre em superfícies de hospitais, incluindo grades de cabeceira, bandejas, postes intravenosos e apoios de braços de cadeiras, reduz as infecções relacionadas com a assistência à saúde, chamadas de infecções hospitalares, em 58%. O que é um resultado espetacular, pois o impacto financeiro destas doenças é bastante alto uma vez que aumenta o tempo de internação. No Brasil, a ANVISA aponta uma taxa de infecção hospitalar de 9%, com uma letalidade de 14,35%.
Com a reabertura do comércio e de outros estabelecimentos, a necessidade de manter-se seguro, evitar a transmissão e o contágio pelo coronavírus, passou a ser uma preocupação de todos. A película biocobre pode ser usada em ambientes domésticos, varejo, comércio, condomínios, escritórios, consultórios, hospitais, bancos e transporte público, entre outros.
Superfícies e objetos comuns como botões de elevadores, corrimãos, maçanetas e balcões, podem facilmente ser contaminados tornando-se uma fonte de transmissão e infecção, entre as pessoas. Ao revestir esses itens com a película biocobre, os riscos diminuem consideravelmente, pois o produto elimina todos os tipos de bactérias, fungos e vírus sem a necessidade de higienização frequente, ajudando a prevenir contaminações cruzadas, o que é essencial contra a pandemia.
O biocobre já está sendo utilizado em diversos ambientes como administradoras de condomínio, galpões logísticos, padaria, academia de ginástica, salão de beleza e clínicas, entre outros. Hospitais, escolas, aeroportos e transporte público estão em negociação para aplicação do produto.
Segundo a empresa, o material é de baixo custo ao consumidor e não tem a necessidade de qualquer manutenção por parte do cliente. Uma vez aplicado, o biocobre não tem prazo de validade e mesmo com a oxidação, não perde sua eficácia com o passar do tempo. “Além disso, o produto é sustentável, não polui o meio ambiente e se em algum momento o cliente optar por trocar a película por uma nova, a Biocobre recebe a película usada, para a reciclagem”, explica o executivo.
Para garantir a exclusividade do desenvolvimento do produto, a Biocobre já entrou com o pedido de patente no Brasil pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e pelo World Intellectual Property Organization (WIPO), que é um sistema internacional de patentes com 193 países membros, sendo o Brasil um dos signatários.
“Nossa película adesiva atua no combate ao coronavírus, trazendo segurança e proteção aos usuários, o que não exclui a importância de seguir as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) como usar máscara, álcool 70% em gel e manter o distanciamento social”, destaca Kavaleski.