Não existem, pelo menos no Brasil, escolas que dêem ênfase e estimulo aos futuros empreendedores. Nossas escolas de negócios formam executivos, não empreendedores. Escolas de arquitetura, medicina, fisioterapia, direito e outras não ligadas a área administrativa, poderiam ajudar esses futuros profissionais e também pensar como empreendedores nas suas respectivas áreas.
Por exemplo, os médicos, quando se formam, passam a ter apenas conhecimento específico na sua área e muitos montam suas clínicas ou outros negócios relacionados a sua área de atuação. Mas muitas vezes se perdem na parte de negócios ou não investem por essa falta de “base empreendedora”.
Lógico que existem cursos de especialização para quem se interessar, mas não é algo que a sociedade estimule. Outro exemplo é dos engenheiros que se formam e logo se deparam com oportunidades de empreender mas acabam por não dar prosseguimento por falta de estimulo e sobretudo de conhecimento. A burocracia para se abrir uma empresa hoje no Brasil é enorme, para se fechar uma empresa então é maior ainda e isso faz com que muitos jovens desistam de prosseguir. Não há financiamenteo adequado para pequenos empreendedores e tudo é difícil.
Parece que o Governo já se deu conta da importância do fortalecimento das pequenas empresas pois criou recentemente uma pasta específica para pequenas e médias empresas. Até o momento, não vimos nenhuma ação importante no que se refere a apoio a pequenos empreendedores.
Nos paises desenvolidos, existe um estimulo maior e os EUA são o grande exemplo disso, haja visto a quantidade de empresas que aparecem a cada ano e que em pouco tempo tornam-se gigantes.
No Brasil, existe um numero muito grande de empregos informais que no fundo são pessoas que empreendem com pouca ou nenhuma inovação mas que ser viram para obter seu “ganha pão”. São eles os vendedores de água de coco nos parques, vendedores de águas nos shows, vendedores de cachorro quente, etc . São pessoas que se viram e fazem algo para sobreviver e se tivessem mais incentivo, mesmo que um pequeno incentivo, poderiam ser mais formais e mais organizados, no fundo, o vendedor de amendoim do farol, não seria uma grande empresa de vender amendoim mas de repente poderia ter um quiosque na rua que vendesse amendoim de forma mas organizada.
Os pais dos jovens que estão prestes a entrar nas universidades, tem muito a evoluir nesse sentido e nós, que fazemos parte da sociedade brasileira temos que estimular os empreendedores a desenvolverem seus negócios e pensarem que uma carreira de sucesso não é apenas a de um executivo que tem um bom salário, mas também a do empreendedor que tem uma pequena empresa, que gera empregos e que faz algo para a economia.
É preciso estimular o surgimento de startups e valorizar o espírito empreendedor.
Foto: curso Laboratório de Startups
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