A Promova, edtech ucraniana fundada em 2019, está ampliando sua atuação no Brasil com a meta de consolidar o país como uma de suas principais frentes de crescimento global. A plataforma oferece soluções personalizadas de aprendizado de idiomas e já tem mais de um milhão de usuários brasileiros em sua base. Segundo Andrew Skrypnyk, CEO e fundador da empresa, o objetivo é ambicioso: “Queremos quadruplicar esse número ainda este ano”.
A startup oferece um portfólio diversificado de produtos voltados ao ensino de idiomas com apoio de inteligência artificial, que vão desde cursos para negócios até conteúdos personalizados para quem quer aprender inglês assistindo a séries e filmes. “A Promova é uma solução única para necessidades de aprendizagem de línguas. Usamos muita IA, mas consideramos a IA como uma ferramenta. Nosso foco é o aprendizado real e contextualizado”, afirma Andrew.
Ensino de idiomas no Brasil
A escolha pelo Brasil como um dos focos estratégicos da Promova tem base em dados demográficos, econômicos e de comportamento digital. “A população é muito grande, com cerca de 212 milhões de pessoas, e a penetração de internet é alta, chegando a 86%. Além disso, o nível médio de proficiência em inglês é baixo, cerca de 3% a 5% da população. Isso revela um grande potencial de mercado”, analisa o CEO.
O mercado brasileiro de edtechs tem ganhado tração nos últimos anos, impulsionado por fatores como digitalização da educação, popularização dos dispositivos móveis e um déficit histórico no ensino de idiomas. Segundo dados do EF English Proficiency Index (EF EPI), o Brasil ocupa uma posição baixa no ranking global de proficiência em inglês, em 86º lugar em uma lista de 116, atrás de países vizinhos como Argentina e Uruguai. Isso representa, para empresas como a Promova, tanto um desafio quanto uma oportunidade.
“Ao pesquisarmos o mercado, entendemos que falar inglês no Brasil ainda é um privilégio, principalmente entre as classes sociais mais altas. Na Ucrânia, passamos por algo parecido. Por isso, nossa missão é ajudar as pessoas a crescerem e a se desenvolverem por meio do aprendizado de idiomas”, comenta Skrypnyk. Ele também destaca que o nome da empresa, Promova, tem significado especial em português: “Descobrimos que significa crescimento e promoção, o que está totalmente alinhado com nosso propósito”.
Crescimento da Promova no País
Desde o início de 2024, a Promova começou a contratar brasileiros e estuda a abertura de um escritório físico no país. A equipe global da empresa tem cerca de 200 pessoas, com base majoritária na Europa e Ucrânia. “Estamos conversando com hubs de startups em São Paulo e em outros estados. Ainda não definimos a localização, mas já operamos com uma estrutura digital”, explica o fundador.
O plano de expansão no Brasil é sustentado por uma estratégia de reinvestimento contínuo. A startup não recebeu aportes de fundos de venture capital até o momento, sendo financiada inicialmente pelos próprios fundadores. No entanto, Andrew admite que a empresa considera iniciar uma rodada de captação ainda este ano. “Estamos conversando com alguns VCs no Brasil. É algo que estamos avaliando com atenção”, diz.
O movimento da Promova se insere em um contexto mais amplo de internacionalização de startups ucranianas. Assim como outras edtechs de destaque do país, como Grammarly, Preply e Headway, a Promova aposta na exportação de tecnologia e conhecimento como diferencial competitivo. Para Skrypnyk, o domínio do inglês foi um fator determinante para que empreendedores ucranianos conseguissem ganhar escala global. “Muitas pessoas que começaram trabalhando com clientes do Ocidente decidiram criar suas próprias empresas. Esse conhecimento e essa experiência abriram caminho para startups que hoje são referência mundial.”
Segundo ele, o Brasil pode seguir trajetória semelhante. “Vejo um paralelo com o que aconteceu na Ucrânia. Quando as pessoas aprendem inglês, passam a ter acesso mais rápido à informação, a artigos, entrevistas, podcasts, e podem construir negócios com alcance global”, afirma.
No longo prazo, a Promova quer se posicionar como uma empresa de alcance mundial — e lucrativa. “Queremos ser unicórnios, no sentido original da palavra: empresas raras, que crescem de forma sustentável e conseguem lucratividade em mercados competitivos como o de ensino de línguas”, resume o CEO.
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