Após a aquisição da Infocards, Infotech e Tusta, a DM, administradora de cartões private label com ativos administrados, anunciou a compra da Finansinos, empresa com mais de 60 anos localizada no Vale do Rio do Sinos, Rio Grande do Sul, que tem atualmente foco de atuação nos segmentos de crédito direto ao consumo de bens, capital de giro, autofinanciamento e desconto de títulos. O valor da compra não foi divulgado.
Segundo Tharik Camocardi de Moura, diretor estratégico da DM, a aquisição da financeira faz parte dos planos da companhia de expandir sua atuação no mercado de cartões de crédito, solidificando sua presença em território nacional. Além de ganhar mais market share, Moura tem como objetivo dobrar o volume de negociações feitas pela DM, hoje na casa dos R$ 5 bilhões. “Com a Finansinos, o grupo passará a ter a possibilidade de oferecer linhas de crédito ao consumidor final, fortalecendo sua atuação B2C”, destaca.
E esse movimento já vem ganhando força. Somente no primeiro trimestre deste ano, a empresa registrou um crescimento de 21% no valor movimentado em seus produtos de crédito em comparação com o mesmo período do ano passado, ultrapassando, pela primeira vez, a marca de R$ 1 bilhão já nos três primeiros meses do ano.
Outra meta com a nova empresa, segundo o grupo, é reduzir consideravelmente sua dependência de captação de debêntures no mercado. Trazer a nova empresa para o guarda-chuva da DM envolveu investimentos que saíram do próprio bolso dos sócios fundadores do grupo. Além disso, o volume de negócios passou a crescer de forma mais acelerada com a injeção de Capital trazido pela Vinci Partners.
Acesso ampliado
Com a colocação dos novos produtos da Finansinos no mercado, sob a bandeira da empresa, a intenção é ampliar o acesso ao crédito a todas as classes sociais, além de acessar os trabalhadores informais. “Boa parte dos consumidores têm se apoiado no cartão private label para manter seu poder de compra e, por meio dele, conseguir acesso ao crédito”, enfatiza.
Além da questão do acesso, o varejo também não vive o seu melhor momento, ao ser castigado com a inflação e taxa de juros nas alturas. “O custo do dinheiro alto prejudica o setor. A companhia tem porte, fluxo de caixa e governança necessária para passar por esse período, crescendo sua operação e auxiliando os varejistas no que for necessário”, ressalta.
Captação de recursos
Para alcançar a meta de dobrar o seu volume de vendas com a compra da Finansinos, a empresa pretende utilizar como estratégia a captação de recursos atrelados ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito) por meio de papéis como Letras de Câmbio, RDB e DPGE, que possuem custos menores de gestão e operacionalização.
Aquisição de carteiras
O movimento de M&As da empresa foi antecedido por um outro passo: a compra de carteiras de clientes. Desde 2018, o grupo assumiu o crédito de seis redes supermercadistas ao redor do Brasil, entre eles: BH e Sales Supermercados (MG), UnidaSul (RS), Barbosa e HortiFruti (SP) e Hiperideal (BA). “A DM viabiliza às redes de supermercados a possibilidade de oferecerem aos seus consumidores um cartão de crédito de marca própria que, além de aumentar as vendas, fideliza seus clientes”, ressalta Moura.
De acordo com o diretor do grupo, esse é só o começo do caminho de expansão da administradora de cartões que nasceu em 2002 na cidade de São José dos Campos, interior de São Paulo. Até o momento, a empresa já ultrapassou a marca de 5 milhões de cartões emitidos para mais de 300 redes e 4.600 lojas, incluindo marcas como Sonda, Cobal, Spani, Semar, Royal, Unissul, Docelar, Joanin, Ricoy, Imec, BH, Koch, Paulistão, Althof etc.
E tem aí uma jornada de busca de espaço em um mercado que não para de crescer, principalmente com a presença de novas fintechs que atuam no segmento de BaaS (Banking as a Service). Segundo a plataforma de inovação aberta Distrito, o volume de empresas focadas no assunto triplicou entre 2017 e 2020, somando 20 novas empresas.