Por Bruna Galati
Nos últimos anos, o cenário nacional tem visto cada vez mais mulheres empreendedoras. De acordo com o Sebrae. Apesar dos avanços, ainda há obstáculos na jornada daquelas que querem ter seu próprio negócio, como preconceitos e dificuldade de acesso a crédito. De acordo com a plataforma Distrito Dataminer, por exemplo, somente 0,04% do capital investido em startups brasileiras chega naquelas fundadas por mulheres.
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Mesmo com essas dificuldades, temos diversas mulheres que superaram essas barreiras e hoje são referência no empreendedorismo brasileiro. Conheça sete exemplos de empreendedoras que estão fazendo a diferença:
Andréa Migliori
CEO e fundadora da Workub, HR Tech de soluções para portais corporativos por assinatura, Andréa Migliori tem mais de 20 anos de experiência em tecnologia, liderança e inovação. “Empreender em qualquer circunstância é, sem dúvida, desafiador e exige ‘aquela dose de loucura’, mas também é motivador. Posso dizer que a paixão por inovação, por assumir riscos e a convicção de que a diversidade é um catalisador para o sucesso empresarial foram drivers importantes na minha jornada”, afirma a empreendedora.
Hoje, além de liderar a Workhub Digital, também atua como mentora em programas de formação e aceleração de startups. Migliori fala sobre tecnologia, modernidade, RH, carreira, negócio, mercado de trabalho, inovação, empreendedorismo, gestão e administração.
Para Migliori, os principais pontos que uma mulher deve ter para empreender é confiança e foco. “Acredite na sua capacidade, abrace a resiliência e não tenha medo de desbravar territórios desconhecidos, não desistam”, reforça. Além de encontrar uma rede de apoio com pessoas que colaborem, acrescentem, te desafiem e que tenham visões diversas. “E, acima de tudo, não se deixem intimidar pelo status quo. A diversidade de pensamento é um trunfo poderoso nos negócios. Então, vá em frente, ouse e continue construindo o futuro que você quer ver. O mundo precisa da sua visão e do seu talento”, completa.
Rafaela Herrera
Rafaela Herrera é cofundadora e COO da Faculdade Sirius, instituição especializada em inteligência artificial e ciência de dado. Reconhecida pela Forbes Brasil como Fobes Under 30 em 2019 e como Young Leader pelo Instituto Anga em 2020, Rafaela tem passagens pela Cubo Itaú e Startup Farm.
“Sempre tive vontade de empreender, pois era uma forma que via de dar mais qualidade de vida à minha família. A vida foi generosa comigo e tive uma bolsa aos 10 anos que me abriu muitas portas. Isto acabou me levando a sempre pensar como eu poderia retornar para sociedade aquilo que havia recebido”. A partir de então, aos 12 anos, o propósito da empreendedora se tornou “deixar o mundo um lugar mais igualitário do que eu encontrei”.
“Em meio a um cenário predominantemente masculino, eu sabia que teria desafios, mas não deixei que isso me impedisse de seguir em frente. Conectei-me a mulheres e pessoas diversas que me inspiravam e também reconheciam meu trabalho, o que me trouxe mais confiança”, explica Rafaela sobre a sua jornada empreendedora.
A empreendedora reforça um aprendizado que teve durante a sua jornada: negociar na zona de desconforto. Muitas vezes, por falta de referência, as mulheres acabam negociando valores mais baixos do que seus negócios merecem. “Então, se proponha a negociar e, dessa maneira, aumentar as chances de ganhar o que você merece. Mantenha-se ativa e com a saúde mental em dia. Eu estabeleço limites de horário de trabalho e mínimo de tempo que dedicarei a mim, isso foi necessário depois do diagnóstico de depressão. E faça terapia! Ela foi essencial para minha trajetória. É importante lembrar que o empreendedorismo é uma jornada desafiadora, mas também muito gratificante.”
Renata Alcantara
Renata Alcantara é CEO e fundadora do Nata Design, estúdio especializado em estratégia de marcas e embalagens. Renata é vencedora do prêmio iF Design Awards 2023 — considerado o Oscar do Design — pelo projeto Páscoa com Danke (2022) e fala sobre design, sustentabilidade, embalagens, inovação, responsabilidade social e ambiental. “Em agência, a área da criação sempre foi predominantemente masculina, cheguei a ser a única mulher no meu primeiro trabalho, durante 4 anos, e tive que brigar para ter o mesmo salário que quem trabalhava comigo fazendo a mesma função”, relembra.
Renata Ferretti
CEO e fundadora da foodtech Kuke, Renata Ferretti, trilhou a carreira no mundo corporativo com o objetivo de adquirir experiência para empreender. Formada em Administração e Direito, ela passou por grandes empresas, como Whirlpool e consultorias com a Korn Ferry, antes de fundar a Kuke, startup que oferece comida fresca com receitas para que os clientes preparem em casa a sua própria refeição. Desde novembro de 2023, se tornou um SaaS (Software as a Service), com uma plataforma de gestão completa para empresas D2C (Direct to Consumer) e que também trabalham com modelos de negócio de assinatura.
Na trajetória de Renata, trabalhar em ambiente majoritariamente masculino se tornou natural, uma vez que era algo recorrente. Porém, como empreendedora, o que mais lhe motiva é criar exemplos positivos de mulheres empreendendo em negócios de alto desempenho e competitividade. Isso porque, por mais que a cada dia a porcentagem feminina no empreendedorismo seja maior, a proporcionalidade ainda é muito pequena e faltam referências.
“Gosto de observar esse crescimento do número de mulheres founders e acredito que não devemos nos dispersar com discursos ou ponderações entre os sexos: o exemplo constrói mais. Estou sempre focada e observando empreendedoras que exalam competência, fico feliz em encontrá-las. Empreender em uma startup impõe ritmo e resistência. Precisamos: 1. priorizar 2. focar 3. persistir. Com essa energia vamos criar mais exemplos positivos de mulheres empreendedoras”, explica Renata.
Renata Horta
Renata Horta é sócia fundadora e Diretora de Crescimento Troposlab. Especialista em inovação no Brasil, Renata conta com mais de 20 anos de carreira, dos quais 10 são dedicados a Inovação, Gestão e aceleração de startups (quase 1.200 aceleradas). Ela também lidera programas de desenvolvimento em inovação tecnológica e design thinking e já colaborou com empresas como Saint-Gobain, Fiat, Roche, RHI Magnesita, Nestlé, Mercedes, além de premiados projetos de inovação em Minas Gerais.
“Há 20 anos o que mais contava era o idealismo e a inocência, eu queria tanto transformar o Brasil, e era tudo tão pioneiro e estimulante, que ser mulher era só mais um item na conta. Um pouco depois comecei a encontrar empreendedoras perto de mim que me inspiravam, mulheres fortes e determinadas que ajudaram a me reconhecer em um grupo diferente. Fui amadurecendo e me tornando feminista, hoje eu diria que concilio a força do propósito em fazer inovação, com o prazer de dar palco a outras mulheres. Um movimento intencional que reconhece que mulheres trazem contribuições que são absolutamente necessárias para elevar o patamar da inovação no Brasil e evoluir o ambiente de negócios e gestão”, compartilha Renata.
Adriana Campos
Adriana Campos é CEO da Adtail e formada em Publicidade e Propaganda há mais de 10 anos pela ESPM, trabalha na área há pelo menos 15 anos. Incorporou a agência Newblue em 2019, assumindo o controle de toda operação, e recentemente realizou a aquisição da agência de Marketing Digital, A7B.
Para Adriana, ela tem um compromisso com a sociedade ao liderar uma empresa e poder abrir espaço para outras mulheres. “Facilitar esse caminho com certeza me motiva a seguir e romper os padrões do mercado. Entender como funciona todo o ecossistema no qual a sua empresa estar envolvida para poder driblar os obstáculos que vão aparecer, em momentos precisamos nos adaptar em outros precisamos imprimir nossa marca como empreendedora mulher”, explica.
Carmem Granja
Carmem Granja é diretora de Expansão da ABRAPSA. Com mais de 43 anos de carreira, é sócia do JF Granja Contabilidade e diretora de Expansão da Associação Brasileira de Provedores de Serviço de Apoio Administrativo (Abrapsa).
De acordo com Carmem, empreendedorismo feminino tem representado uma força poderosa que facilita a inovação, promove a igualdade de gênero e tem trazido transformações ao mercado ao redor do mundo. “Conforme temos apoiado as mulheres empreendedoras, estamos ajudando novas gerações a viver em um mundo mais igualitário. Abusem das mulheres que as inspiram. E temos inúmeras”, afirma.
Ela explica que a decisão entre “empreender” ou ter um “emprego”, passa pela liberdade de ser dona do próprio negócio e a garantia de ter um salário todo final de mês. Além disso, a decisão tem a ver com a característica individual de cada pessoa e é influenciada pela vontade de ter desafios diários que podem gerar ou não sucessos. “Tudo isso somado ao fato de ser mulher, causa mais medos do que certezas, embora no meu caso especifico, tive o privilégio de continuar o empreendimento de meu pai, em uma empresa familiar, no ramo de contabilidade, com mais de 60 anos de existência”.
Carmem compartilha que na época que começou a trabalhar, não era comum ter mulheres nas reuniões com voz e opiniões a serem respeitadas e aceitas. “Acredito que o sucesso no empreendedorismo feminino tem muito a ver com a forma com a qual as mulheres se dedicam a cuidar de tudo, sejam dos funcionários, dos clientes, das famílias, do entorno de seu negócio, do caixa, dos investimentos, enfim, todas as decisões da empreendedora tem um caráter de fazer a coisa certa e de forma cuidadosa. E neste sentido consegue mitigar melhor os riscos trazendo mais garantia de sucesso”, completa.
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