Em três anos, entre 2022 e 2025, a meta é passar da área de 150 mil hectares de floresta amazônica preservados hoje para a marca de 1,5 milhão de hectares, ou seja, 10 vezes o montante atual. Este é o desafio lançado nesta segunda-feira, 5 de setembro, dia da Amazônia, pela climate tech brCarbon, empresa que atua no mercado de carbono e tem planos para marcar presença nos nove estados da Amazônia Legal.
Trata-se de uma iniciativa urgente diante de indicadores como os do PlenaMata, que apontam a média de quase 1,5 milhão de árvores da região derrubadas por dia neste ano, o que significa 1.026 árvores perdidas por minuto.
Hoje, o principal foco de trabalho da brCarbon são os projetos chamados REDD+ (sigla para Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal), que funcionam gerando créditos de carbono a partir da conservação de vegetação nativa.
De acordo com a lei nacional 12.651, o código florestal brasileiro, os proprietários de terras devem conservar 80% da cobertura florestal e 35% das áreas de cerrado em propriedades localizadas na Amazônia Legal. Dessa forma, as áreas com cobertura florestal superior a esse percentual podem ser usadas para pecuária ou projetos agrícolas, mediante autorização.
O que a brCarbon faz é buscar proprietários de terras que decidem aderir à iniciativa, abrindo mão do direito de desmatar legalmente suas áreas florestais, podendo com isso acessar recursos financeiros do mercado voluntário de carbono e tornando-se parceiros da empresa.
A parceria garante a proteção da floresta em pé, com monitoramento florestal por imagens de satélite, inventário de biomassa florestal por drones e técnicas inovadoras de aerofotogrametria, vigilância patrimonial, monitoramento de incêndios florestais, além de realizar atividades de prevenção e combate a incêndios, proteção a espécies ameaçadas e ainda engajamento social com comunidades que vivem dentro das propriedades. Para garantir que o trabalho seja realizado, o proprietário precisa permitir que as atividades do projeto sejam implementadas em suas áreas, além de se comprometer com a conservação da floresta a longo prazo.
Hoje, a brCarbon está à frente do Projeto REDD+ Brazilian Amazon, que mantém cerca de 150 mil hectares de floresta amazônica no Acre e no Mato Grosso, evitando o desmatamento de aproximadamente 20 mil hectares e gerando ganho financeiro aos donos das terras. Com isto, deixam de ser emitidas 10,4 milhões de toneladas de carbono equivalente.
Essa emissão evitada corresponde à queima de 542,5 milhões de litros de gasolina por ano. Quantidade suficiente para abastecer mais de 10 milhões de carros populares. E, nos próximos três anos, a meta do projeto é ampliar a atuação para outros estados, atingindo a conservação de 1,5 milhão de hectares nos nove estados da Amazônia Legal. “É uma meta ousada, mas o mercado está em plena expansão. A conservação, finalmente, é lucrativa e hoje manter a floresta em pé é tão lucrativo quanto criar gado e plantar soja”, avalia Bruno Brazil, diretor executivo e fundador da brCarbon.