A Prota Games recebeu uma rodada seed para dar seu primeiro passo como desenvolvedora de games, lançando um jogo para computador baseado em NFT e criptomoedas, o Heroes of Metaverse. O aporte de R$ 14 milhões teve a participação de Iporanga Ventures, Big Bets, e Class 5 Global, além de pessoas físicas, como Fersen Lambranho, Chairman da GP Investments, Israel Salmen, fundador e CEO da Meliuz e Christian de Cico, fundador da Arquivei. A versão pública do jogo será lançada em outubro.
Heroes of Metaverse é um jogo 3D de ação gratuito baseado na progressão do personagem, inspirado em jogos como Diablo e Hades. Ao derrotar monstros e concluir missões, o personagem poderá coletar itens e moedas. Esses ativos são tokenizados, o que significa que poderão ser comprados e vendidos em um marketplace por meio da stablecoin BUSD, uma criptomoeda atrelada ao dólar. O modelo permite que o usuário seja o real detentor dos ativos do jogo e possa monetizá-los livremente. A pré-venda dos itens, realizada no começo do ano, bateu a marca de R$ 4,5 milhões em apenas 24 horas.
Apesar da recente entrada no mundo de desenvolvimento de jogos, a Prota Games surgiu em 2019 com o objetivo de criar vídeos informativos para jogadores, um dos maiores nichos da internet. Em menos de dois anos, a startup criou uma grande comunidade com mais de 65 milhões de vídeos assistidos por mês e 10 milhões de usuários únicos, considerando seus nove canais no YouTube e TikTok. Ao notar uma evolução no mercado de jogos, a startup decidiu em 2021 alavancar sua audiência e usar a experiência em criação de comunidade para desenvolver o cryptogame.
“Observamos que o mercado de jogos baseado em cripto crescia de maneira assustadora, movimentando bilhões de dólares. A tokenização dos itens e moedas é uma das maiores revoluções que já ocorreu na indústria de games”, afirma o fundador e CEO da startup, Santiago Blanco, que já trabalhou no mercado de M&A e venture capital. “O que vimos na prática, porém, foram jogos de baixa qualidade, cujo principal intuito era a valorização dos ativos no curto prazo, criando sistemas insustentáveis. Por isso, apesar de o mercado ser muito promissor, é preciso que o jogo tenha alto valor agregado, no qual o foco seja a diversão, e não a valorização irracional dos ativos. Esse vem sendo nosso único foco, criar uma experiência de alta qualidade, similar a da indústria de games tradicional, mas com inovações da Web 3.0, que deixam o produto ainda melhor para o consumidor”, conclui Blanco.
Outros dois sócios atuam no negócio – o CTO Lucas Machado, que anteriormente fundou um estúdio de games investido pela Monashees e trabalhou como gerente de engenharia na Wildlife, único unicórnio do setor de games na América Latina; e o COO Paulo Rizzo, vindo do mercado de fusões e aquisições. Dentre os conselheiros, estão Michael Mac-Vicar, CTO e cofundador da Wildlife, e Dhaval Chadha, CEO da Justos. Atualmente, a equipe conta com 42 pessoas.
Para Renato Valente, sócio da Iporanga Ventures, a capacidade de execução da equipe da Prota chama a atenção. “Eles construíram uma audiência enorme com muito pouco e estão usando essa inteligência para desenvolver um jogo que traz, acima de tudo, diversão para os usuários. O mais legal nessa nova geração de jogos é que a tokenização dos ativos cria ainda incentivos financeiros para os usuários se divertirem”.
* Foto destaque: Lucas Machado, Santiago Blanco e Paulo Rizzo, fundadores da Prota Games
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