Seis em cada dez pequenas e médias empresas (PMEs) de seis países europeus, Austrália e Brasil acreditam que não vão durar mais de seis meses com a turbulência causada pela crise da covid-19. A conclusão faz parte de um novo estudo global divulgado pelo Capterra, que investigou a forma como as pequenas e médias estão reagindo à nova realidade trazida pelo coronavírus.
A pesquisa dá sequência a uma investigação anterior sobre como essas empresas lidaram com a sua mudança para o trabalho remoto devido à pandemia, divulgada em maio.
Para reunir os dados, o Capterra entrevistou 2.904 pessoas, incluindo trabalhadores e gestores de PMEs de Austrália, Brasil, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha e Reino Unido. As entrevistas foram conduzidas entre 15 e 25 de maio.
Investimento em tecnologia
Sem um plano de continuidade de negócios implementado, muitas das empresas investiram em tecnologia para continuar a funcionar, ao mesmo tempo em que se adaptavam às novas condições de trabalho.
De acordo com o estudo, 48% dos entrevistados não tinha planos de investir em softwares, mas mudou de ideia após o início da crise.
Softwares para assistência remota, de videoconferência e para atendimento via chat foram os três tipos mais comprados ou buscados como resposta à covid-19.
Além disso, o estudo concluiu que quase metade dos gestores baseiam as suas decisões de compra no preço (49%), na facilidade de uso (46%) e em avaliações (37%) dos programas.
Mudança para o digital ainda não é grande prioridade
Apesar de 46% das empresas afirmarem que começaram a oferecer ou consideram oferecer um produto, serviço ou evento online devido à covid-19, o estudo mostra que a mudança para uma operação digital ainda não está entre as maiores prioridades entre a maioria das PMEs consultadas.
Quando as empresas foram questionadas sobre o nível de importância de nove aspectos-chave da operação, tais como produtividade dos empregados, imagem de marca ou retenção de clientes a curto prazo, a mudança para operar digitalmente foi classificada como a última prioridade pelos entrevistados de Austrália, Brasil, França e Espanha. Na Itália, ficou em penúltimo lugar.
Por outro lado, a manutenção da produtividade dos funcionários estava na primeira ou na segunda posição entre todos os países.
“A nova realidade vai exigir que muitos empresários repensem a sua presença online. As novas restrições impostas como resposta à covid-19 levarão as empresas a fazerem uma aposta consciente pelo digital”, diz um dos analistas do Capterra responsáveis pelo estudos.