Foi ao ar o Episódio#05 do Corporate Venture in Action!, uma parceria entre Altivia Ventures, empresa de consultoria em fusões e aquisições (M&A), investimentos e inovação e o STARTUPI. Carlos Kokron, Vice Presidente e Managing Director da Qualcomm Ventures USA, foi o expert convidado do programa.
O diálogo foi mediado por Geraldo Santos, CEO do Startupi e Cassio Spina, CEO da Altivia Ventures. Em uma conversa descontraída, que foi acompanhada ao vivo, com perguntas de altíssimo nível, por dezenas de CEOs, VCs e Heads de Inovação de grandes empresas, Carlos falou sobre Corporate Venture Capital (CVC), sua evolução no mercado, quais aspectos funcionam na temática one-size-fits-all e queias as principais diferenças entre CVC no Brasil e no restante do mundo.
Iniciando a conversa, Kokron contou sobre sua jornada como uns dos pioneiros do CVC no Brasil. ” Eu me envolvi com o CVC em meados de 99. Foi na época da primeira bolha e eu trabalhava na Intel a pouco tempo. A empresa tinha a Intel Capital e estava pensando em expandir para a América Latina. Então eu comecei a apresentar ao pessoal startups, empreendedores, advogados e possíveis investidores. Logo após, decidiram realmente formar a equipe e me chamaram para começar a montar o time”, explanou.
O processo de implementação, na época, tinha como foco o avanço das barreiras tecnológicas, o investimento em fornecedores para obter maior apoio durante os processos de mudança dos processadores, a evolução no pensamento de investir e nas fronteiras de mercado.
“A ideia do Corporate Venture é investir em empresas que, de uma certa forma, façam com que o mercado todo cresça, seja removendo barreiras, seja barateando ou tornando mais robusta a solução. E a partir disso é criado o conceito de ecossistema, fortalecendo-o em cima de soluções”, diz Carlos.
Com essa visão de mercado o Vice Presidente da Qualcomm Ventures USA revelou que a forma da empresa operar no mercado é agnóstica, sendo um ponto muito importante de sucesso dela. Ou seja, apesar de ser um investidor estratégico, eles apostam mais numa tendência, no crescimento da indústria. Para que não haja a ideia de que estão forçando as startups a usarem suas soluções.
Para ele, as startups são seres frágeis e precisam encontrar o que funciona melhor para elas. “A gente espera que ao longo do tempo, – e esse momento pode ser em alguns anos, faça sentindo ter uma área de colaboração com o Corporate. É gerar a capacidade de ser independente; isso é importante”, relatou.
Mercado Brasileiro x Mercado Internacional
Carlos Kokron revelou que a mudança no sistema financeiro é grande. “No ano passado, 28% dos dólares a nível global foram escritos por CVCs, dos cheques em termos de dólares. A indústria como um todo teve um recorde no ano passado e esse ano já o superou. Então podemos ver um crescimento global juntamente com o Brasil”.
Ele afirma que os investimentos aumentaram nos últimos dez anos. “Em 2020, acredito que foram US$260 milhões investidos em venture capital globalmente. Desse valor mais de 70 milhões foram de Corporates e mais de três mil investimentos e companhias. Há alguns anos essa porcentagem só era de uns 12%; o número de dólares era uma fração”.
O aumento de CVC no Brasil segue acompanhando o crescimento global. Segundo ele, no Brasil hoje existem cerca de 50 Corporates que já tem uma função de CVC. Esse número, há três ou quatro anos, era de uma dúzia. Então é possível ver as companhias montando uma atividade para estar perto de novas ideias e de inovação.
Principais recomendações para fazer o CVC:
- Necessário pensar e agir como se fosse investidor financeiro;
- Limitar campos de atuação e áreas de interesse;
- Construir portfólio diversificado em estágio de empresas;
- Paciência, as empresas podem passar por altos e baixos.
A empresa deve estar ciente da importância de ter o apoio total dos executivos (CEO e CFO) e saber que essa atividade leva tempo para acontecer. Se existir a possibilidade, é recomendado realizar a contratação de um profissional com experiência no setor, ter uma equipe que entenda desse mercado e realizar um processo de aprovação rápido.
Para finalizar, Carlos Kokron expressou sua alegria em ver que o crescimento no interesse das pessoas e empresas nesse setor e como o debate é necessário. Ainda afirmou que o assunto se tornou central no Brasil e o Venture Capital (VC) está ganhando destaque. “Não acho que isso seja uma bolha; ele veio para ficar. Veremos cada vez mais VC quanto CVC. O ator principal nesse processo é o empreendedor“, concluiu.
Confira abaixo o Episódio na íntegra:
Ouça o podcast do episódio:
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