Devido à epidemia do novo coronavírus, em um dia, a Apple perdeu US$ 26 bilhões em valor de mercado, uma queda de 1,83%. Agora, a empresa vale US$ 1,39 bilhão. A queda aconteceu logo após a empresa ter afirmado que não vai mais cumprir sua estimativa de receita para o primeiro trimestre por causa da doença.
O que a empresa criada por Steve Jobs perdeu somente nesta terça, fazendo a conversão da moeda americana para o real com a cotação do dólar no recorde histórico de R$ 4,35, equivale a R$ 113,1 bilhões. Esta quantia é aproximadamente duas vezes o valor de mercado da Suzano, avaliada em R$ 54,4 bilhões. Ou um pouco mais do valor total da Itaúsa, atualmente avaliada em R$ 110,4 bilhões.
O surto de coronavírus, que infectou mais de 72 mil pessoas e impediu muitos funcionários de voltar ao trabalho devido a restrições de viagens e à quarentena, repercutiu em toda a cadeia de fornecimento da empresa americana, disse uma fonte familiarizada com as operações da Apple na China. A questão é que se uma fábrica de componentes permanece fechada e é a única fornecedora dessa cadeia de suprimentos, todos precisam parar e esperar a normatização das atividades.
Stacy Rasgon, analista de Bernstein, disse que os problemas da Apple provavelmente também significam que menos chips serão vendidos em todo o setor de dispositivos móveis, porque a grande maioria é fabricada na China. — Talvez este seja o sinal de alerta. Eu ficaria surpreso se a Apple fosse a única — disse ele. — Toda cadeia de fornecimento eletrônicos passa pela China em grande escala.
A empresa de pesquisa Canalys estima que tanto a Apple, que terceiriza grande parte de sua produção para a Foxconn, quanto a rival Huawei tenham 99% de sua produção na China. O principal mercado de smartphones do mundo deve ter suas vendas caindo pela metade no primeiro trimestre devido ao vírus, disseram analistas.