Parodiando um icônico político brasileiro, nunca antes na história desse país se falou tanto em empreendedorismo. Da necessidade à oportunidade, cada vez mais pessoas têm aceitado o desafio de empreender. E qual o motivo dessa realidade? Muita coisa mudou. Os novos empreendedores são, em sua maioria, mais jovens, mais informados, mais conectados, mais preparados e com maior poder aquisitivo (GEM, 2012).
O país vive um momento mais favorável em todos os sentidos se comparados a um passado recente. O cliente está mais exigente simplesmente pelo fato de também ter o poder da produção nas mãos. E quanto ao processo de empreender, o que mudou? Em outras palavras, como era, na prática, conjugar o verbo empreender no passado, como é no presente e como será no futuro?
A resposta para essa pergunta seria fácil se não fosse o futuro, mas nada que o futuro do pretérito não possa resolver. Calma, vamos começar por partes e seguindo a ordem cronológica das coisas.
[EU EMPREENDIA] e [EU EMPREENDO]
Em linhas gerais podemos falar que existem muitas características comuns no caminho percorrido pelo empreendedor no passado e no presente. Alternando necessidade e oportunidade como principal fator motivador, em ambos os casos, o processo segue uma lógica parecida: (i) a partir de uma vocação; (ii) busca-se uma ideia de negócio que supra alguma necessidade ou que permita aproveitar determinada oportunidade de mercado. O próximo passo é (iii) verificar a viabilidade do empreendimento a partir do desenvolvimento do plano de negócio, (iv) e abrir a empresa objetivando o (v) lucro e, se possível, (vi) crescer e expandir o negócio.
[EU EMPREENDEREI]
É difícil e quase impossível prever uma lógica de como será empreender no futuro em função da velocidade das transformações. Como já vimos, tudo está em constante mudança: a economia, a tecnologia, as pessoas, as relações humanas, os clientes. Pensar em futuro significa pensar em um cenário de incertezas onde novos modelos de negócios surgirão sem ter, necessariamente, histórico ou relação com o passado.
Em contrapartida, tal dificuldade abre espaço para novas possibilidades. Em se tratando de tempos verbais, o futuro do pretérito é o responsável pelas hipóteses e considerado o tempo das possibilidades. E se? Em se tratando de empreendedorismo, tudo é possível. Ou melhor, seria possível!
[EU EMPREENDERIA]
A possibilidade de acrescentar um condicionante ao processo empreendedor é algo que já é realidade para as startups digitais, por exemplo. “Eu empreenderia se minhas hipóteses fossem confirmadas e meu modelo de negócio fosse validado”. Essa é a lógica do processo, na qual, (i) empreendedores apaixonados e a partir de uma ideia transformadora, (ii) buscam validar novos modelos de negócios e ganhar dinheiro com ele como condição para (iii) o desenvolvimento do plano de negócios e (iv) início de operação da empresa. O próximo passo é (v) a expansão e busca de tração do negócio. Nesse modelo, a satisfação econômica é resultado de um objetivo alcançado e não um fim em si mesma (Hirsch, 2009). Tal definição é uma das mais aceitas atualmente sobre o conceito de empreendedorismo.
Vibrações empreendedoras em todos os tempos verbais, até o próximo post!
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