* Por Bruna Leite
2022 continuará vendo mudanças significativas na publicidade móvel, principalmente por conta das regulamentações de privacidade, que obriga empresas a reestruturarem a forma como protegem a privacidade dos consumidores. Vivemos um período onde as estratégias de marketing e publicidade para aplicativos precisam ser repensadas. Afim de auxiliar profissionais de marketing digital a terem sucesso, durante esse processo de transformação de mercado, a Digital Turbine enumera seis tendências para 2022:
1. Mudanças na identificação do usuário e coleta de dados
A Apple limitou o rastreamento de dados pessoais com o lançamento do IOS 14 e o Google está limitando os identificadores no Android. Isso tem apresentado um efeito perceptível nos gastos em mídia. Os anunciantes estão gastando mais em Android, onde ainda é possível ver e rastrear quem clica em quais anúncios, e ver o resultado. Embora o Google tenha atrasado a eliminação de cookies de terceiros até o final de 2023, também anunciou que não permitirá identificadores alternativos em seus produtos. Por isso, a grande necessidade de se incorporar mais dados primários, melhorando a qualidade de campanhas de marketing para renovar o foco na segmentação contextual, ou colocar anúncios que conversem com o conteúdo do site.
2. Privacidade e proteção de dados
Segundo o IAB, “85% dos consumidores globais dizem que gostariam que houvesse mais empresas em que pudessem confiar seus dados”. Isso indica que não há resistência em prover os dados em si, e sim, uma preocupação sobre a privacidade e o uso destes dados. Com essa mudança na forma como as informações pessoais dos usuários podem ser acessadas e usadas para marketing, veremos um impacto significativo em como as empresas geram receita digitalmente. As Adtechs estão superando as mudanças de privacidade e proteção de dados, com o uso de dados contextuais e anônimos. Essas mudanças já afetam as empresas acostumadas a fazer retargeting, mostrando a alguém anúncios de marcas e produtos que já viram antes. Veremos o uso de tecnologias de dados e aprendizado para contar com “direcionamento probabilístico” para atingir públicos específicos.
O Facebook tem trabalhado em novas maneiras de entregar anúncios altamente relevantes, sem ter os dados pessoais dos usuários, mas segue sob grande avaliação e pressão, podendo ter que enfrentar maior regulamentação – o que impactaria a indústria como um todo.
3. Pandemia
A pandemia da Covid-19 acelerou a realidade dos Aplicativos de forma contundente. Segundo pesquisa da Digital Turbine (agosto/2021), 40% dos brasileiros aumentaram o uso de seus smartphones durante o pico da pandemia e 59% acreditam que continuarão a usá-lo na mesma medida, mesmo após o período de distanciamento. Foi identificado que 20% dos brasileiros não passam mais de 30 minutos longe do celular, enquanto 19% administram no máximo 1 hora longe do celular por dia.
Isso explica o retorno histórico que profissionais de marketing digital obtiveram em suas campanhas destinadas ao comércio eletrônico, bancos e serviços via aplicativos, fator que intensificou a demanda e a competição dentro das mídias digitais mobile. Com este aumento, vemos a busca por novas mídias de aquisição e monetização de usuários de aplicativo, aliado à necessidade de adoção de estratégias de investimento com diversificação de canais.
4. Foco na qualidade do anúncio
A qualidade do anúncio será mais analisada do que nunca. Quando os desenvolvedores têm visibilidade e controle sobre os anúncios que oferecem aos usuários de seus aplicativos, eles podem analisar o desempenho dos anúncios, melhorar a experiência do usuário, denunciar violações de conteúdo e melhorar a integridade da marca e a monetização. Repensar o processo criativo também será fundamental. Sem os dados de usuário específicos, os anunciantes terão que descobrir outras maneiras de segmentar, como através da publicidade contextual.
5. Muitos mercados novos
O mercado de aplicativo amadureceu em demanda e oferta, e os anunciantes estão investindo em um número cada vez maior de países. Enquanto costumavam investir principalmente nos EUA, agora já existem, pelo menos, cinco ou seis outros mercados fortes, incluindo Brasil, que tem um dos mais rápidos crescimentos, seguido de África, Arábia Saudita e Turquia.
6. Influência da China
A China é um dos principais impulsionadores dos gastos com anúncios via celular em todo o mundo. Cinco, das dez maiores empresas do mundo de Internet, em 2021, estão na China. Os gastos com anúncios para dispositivos móveis devem atingir US$100 bilhões em 2023. Profissionais de marketing de aplicativo de outros países precisam entender a influência que a China tem no mercado global de publicidade móvel. Por ter uma regulamentação local rígida, as marcas e startups do país estão levando seus investimentos com publicidade para o exterior, o que impactará a indústria de publicidade móvel como um todo.
* Bruna Leite é head de vendas da Digital Turbine Brasil, empresa de plataforma de comunicações móveis que simplifica a descoberta de conteúdos e aplicativos.