Segundo o Ministério da Agricultura, a soma de bens e serviços gerados no agronegócio chegou a R$ 1,55 trilhão ou 21,4% do PIB brasileiro em 2019. Já em 2021, o valor quase chegou aos 30%. Sendo um dos principais negócios para acrescentar o PIB brasileiro, o agro vem recebendo cada vez mais atenção e investimentos.
Também observamos o crescente aumento das agetechs, startups que possuem atividades voltadas para o agronegócio. Atualmente, o País conta com 299 agtechs ativas, segundo um levantamento feito em 2021 pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups). A região sudeste ainda concentra a maior parte das startups do segmento, com 40,8%. Os três estados com maior concentração são: São Paulo, com 27,4%, Rio Grande do Sul, com 17,2% e Paraná, com 12,7%.
Também existem diversas iniciativas focadas em promover essas startups oferecendo cheques para impulsionar o desenvolvimento e crescimento do negócio. Conheça abaixo algumas iniciativas.
Arpegio
O Arpegio é um fundo de Venture Capital com escritórios em Miami e Santiago especializado em agtechs. A indústria de alimentos e agricultura está sendo forçada a inovar devido a preferência dinâmica do consumidor, tendências demográficas em evolução e uma economia pós-pandêmica. Para acompanhar esse movimento, o Arpegio criou o FUNDO I, que investirá globalmente em aproximadamente 15-20 tecnologias sustentáveis, em fase inicial com modelos de negócios escaláveis que são ativos na América Latina, com destaque para os alimentos e indústria agrícola. Como fundo especializado, a investidora se concentra em agregar valor estratégico às empresas de sua carteira, principalmente através da sua indústria e parceiros de capital dentro e fora da América Latina.
“A América Latina está vendo um aumento no financiamento para startups do setor. Isso não deve surpreender, já que a região é a principal exportadora agrícola e tem uma classe média crescente ansiosa para adotar novos produtos que possam melhorar suas vidas. Nosso escopo de investimento não se limita às tradicionais empresas de tecnologia agroalimentar, nós olhamos para uma gama mais ampla de soluções de base tecnológica que podem ajudar a resolver problemas ao longo da indústria alimentícia, ou tirar proveito das tendências do setor”, destaca Gonzalo Pérez, Managing Director do Arpegio.
Bossanova Investimentos
Buscando sempre incentivar a evolução do ecossistema de startups, a Bossa Nova Investimentos, micro venture capital que investe em startups em estágio pré-seed com atuação em todo território nacional, desenvolveu um novo comitê de investimento para encontrar negócios inovadores e escaláveis no agronegócio.
Com R$ 5 milhões disponíveis e um aporte realizado na startup Gado Certo, o Comitê Agtech é formado por seis membros que entendem muito do setor, os coinvestidores Robson Luis Magnani, Engenheiro Agrônomo com experiência no mercado agrícola; Ricardo Miranda, Engenheiro Agrônomo, líder de Negócios da Provivi do Brasil; José Francisco Diorio Catini, fundador de oito empresas e investidor; João Paulo Kriigner Zampieri, Sócio Fundador da ZMP Inteligência LTDA e Agricultor e Nei Cesar Manica, Presidente da COTRIJAL Cooperativa Agropecuária e Industrial.
De acordo com João Kepler, CEO da Bossanova Investimentos, ampliar as frentes de investimentos é uma das principais missões da gestora. “Sempre que enxergamos potencial de crescimento em determinados setores, já nos preparamos para lançar projetos com coinvestidores e aportar em startups que criam soluções específicas e escaláveis. O setor do agronegócio não para de crescer no País e no mundo, e aumentar o potencial de alcance das startups com tecnologias para esses segmentos é muito importante para nós”, afirma Kepler.
KPTL
A KPTL é uma gestora de Venture Capital com 63 empresas investidas e que acredita em iniciativas sólidas de inovação e tecnologia nos mais variados segmentos. Recentemente, decidiu criar um fundo totalmente focado nas agtechs e já possui em seu portfólio empresas que trazem soluções robustas para o agronegócio sustentável e moderno, como Agrisolus, Agrotools, Laqus e Culttivo.
A KPTL acredita em uma agricultura que precisa otimizar recursos, que será cada vez mais sustentável e no crescimento da agricultura regenerativa. Com isso, os setores que mais chamam sua atenção são produtos biológicos, redução do desperdício de alimentos, mercado de carbono e bem-estar animal.
“O fundo deve investir em empresas que possam trazer soluções mais completas pro mercado e ainda se beneficiam de terem sinergia umas com as outras, acelerando o processo de crescimento e construção de negócios que resolvam problemas reais dos produtores. Acreditamos na força e no potencial das startups investidas”, comenta Mariana Caetano, Especialista do Fundo Agro da KPTL.
Luxor Gaia Ventures
A Luxor Gaia Ventures é o veículo de investimentos em agtechs da Luxor Agro. Conectado a investidores internacionais, o fundo é focado em empresas de tecnologia e tem a missão de potencializar inovações capazes de criar o agronegócio do futuro, por meio da agricultura regenerativa. Os investimentos da Luxor Gaia Ventures variam entre US$ 50 mil e US$ 250 mil. Ao todo, o fundo possui um orçamento de US$ 4 milhões para ser utilizado em um prazo de investimento de até 5 anos.
“O futuro da agricultura será baseado em um modelo regenerativo de produção. Por isso, buscamos conhecer melhor as inovações do setor agro para construirmos pontes entre investidores, produtores e negócios de agricultura regenerativa no Brasil e no mundo”, afirma Daniel Baeta, CEO da Luxor Agro.
Novoagro Ventures
Em junho de 2020 a porteira de Belo Horizonte se abriu para uma nova Corporate Venture Builder, a NovoAgro Ventures, que surgiu da união de forças da Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (FAEMG), maior federação de agricultura e pecuária do País, com o Grupo FCJ, maior rede de venture building da América Latina.
Seu modelo de investimento é focado no Smart Money, onde a rede de investidores não entra apenas com recurso, mas também com know how. Outro grande diferencial da NovoAgro está na sua rede de investidores. São mais de 80 que têm paixão pelo agronegócio e por isso contribuem de maneira efetiva no sucesso das startups. Atualmente a Venture Builder tem 12 startups em seu portfólio e pretende chegar a 20 até o final deste ano.
“A NovoAgro é um ecossistema de soluções para o agronegócio onde temos produtores rurais, agroindústria, técnicos e investidores todos com o propósito de aumentar a produtividade de toda cadeia do agronegócio de maneira sustentável.”, comenta Leonardo Dias, CEO da NovoAgro.
SP Ventures
A SP Ventures é uma das gestoras de Venture Capital mais tradicionais do País e está há mais de 10 anos no mercado. Investindo em soluções que vão do campo à mesa, a casa é reconhecida pela especialização em agro e food. A SP Ventures apoia ativamente a gestão da companhia em período compatível à duração do fundo, apoiando o empreendedor na superação dos principais desafios para o alcance de crescimento exponencial, sejam comerciais, de desenvolvimento, contratação ou internacionalização.
Além do mercado brasileiro, países como Argentina, Chile, Colômbia e México também são importantes para o fundo. A SP Ventures já investiu em mais de 30 companhias inovadoras e de alto crescimento e busca empresas disruptivas que consigam agregar valor em um mercado tão disputado como o do agronegócio e de alimentos. Além do retorno financeiro, a SP Ventures busca criar uma cadeia do agronegócio mais sustentável e resiliente a mudanças climáticas.
Conheça 6 iniciativas que investem em startups com soluções para o agronegócio
Por StartupiLeia em 7 minutos
Startupi
Fundado em dezembro de 2008, o Startupi é o principal portal de conteúdo direcionado ao mercado de startups, inovação, investimentos e empreendedorismo no Brasil.