O setor agrícola é um dos mais importantes e lucrativos do Brasil, visto que em 2019 foi o responsável por movimentar mais de 20% do PIB brasileiro. O número das agtechs, startups que possuem soluções para o agronegócio, também vem crescendo gradativamente. Elas usam softwares, satélites, drones e tecnologias como Internet das Coisas para ajudar os produtores na otimização de processos, redução de custos e dentre outros benefícios.
Em 2020, o número de agtechs cresceu 40% em comparação ao ano de 2019, com o estado de São Paulo no topo da lista, representando quase metade dessas empresas, segundo o estudo do Radar AgTech Brasil.
Atualmente, o País conta com 299 agtechs ativas, segundo um levantamento feito em 2021 pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups). A região sudeste ainda concentra a maior parte das startups do segmento, com 40,8%. Os três estados com maior concentração são: São Paulo, com 27,4%, Rio Grande do Sul, com 17,2% e Paraná, com 12,7%.
O principal modelo de negócio é o SaaS, com 36,9%, seguido de hardware, com 15,9% e venda direta, com 14,6%. O principal público alvo das startups é o B2B2C, com 43,9%, seguido de B2B, com 43,3%.
O segmento de agronegócio ainda atrai majoritariamente empreendedores homens, com 85,4% dos fundadores do gênero masculino contra 7,6% de fundadoras mulheres. Por ser um segmento consolidado no mercado, 42% das agtechs mapeadas já estão em fases de tração e escala.
Em relação aos investimentos, 47,1% das 299 empresas já receberam aporte e 52,9% ainda não receberam. Cerca de 33,8% dos investimentos vieram de investidores-anjo e 12,2% de Venture Capital. O relacionamento com players é 40,7% com as corporates e 14,2 com o governo.
Momento da gestão agrícola
O momento da gestão agrícola, que aparece no mapeamento da Abstartup, define em qual período a agtech oferece uma oportunidade de solução. A fase pode ser dividida em três momentos, de acordo com a classificação do Índice de Confiança no Agronegócio (IC Agro):
Antes da Porteira: Tudo que se refere e é necessário para produção agrícola, mas não está atuando dentro da fazenda. Por exemplo: indústria de fertilizantes, máquinas e implementos, sementes e defensivos, nutrição e saúde animal, cooperativas, revendas, bancos, entre outros. Cerca de 10,2% das agtechs oferecem soluções dessa maneira.
Dentro da Porteira: Tudo que se refere à produção e à gestão agrícola como plantio, manejo, colheita, beneficiamento, manutenção de máquinas e equipamentos, descarte e mão-de-obra. Ou seja, envolve diretamente os produtores agropecuários. Cerca de 72,6% das startups oferecem soluções dessa maneira.
As principais soluções “dentro da porteira” são Gestão de Dados Agrícolas, Analytics e IoT, com 41,2%, Agropecuária de precisão, com 32,5% e Máquinas e equipamentos, com 7%.
Depois da Porteira: Tudo que se refere após a ação do produtor agrícola, como armazenagem e distribuição. Por exemplo: indústria de alimentos, de energia, tradings, cooperativas, armazenadores e operadores logísticos. Cerca de 17,2% oferecem soluções dessa maneira.
As tecnologias mais utilizadas dentro de uma agtech são Aplicação de dados, com 22,5%, IA, com 19,8%, Internet das Coisas, com 16,6% e Softwares de Comunicação, com 15,2%. Os principais desafios relatados pelas empresas são a falta de conectividade e infraestrutura na zona rural, com 33,9%, Mindset Digital e Inovação Aberta, com 22,4% e Implementação de Big Data, com 12,6%.
Startupi
Fundado em dezembro de 2008, o Startupi é o principal portal de conteúdo direcionado ao mercado de startups, inovação, investimentos e empreendedorismo no Brasil.