* Por Amanda Barbosa
O que as comunidades podem oferecer para os jovens? A resposta para essa pergunta sempre está na ponta da língua de quase todo mundo que está, de alguma forma, envolvido no ecossistema de inovação: Aprender a empreender. Mas, o que muitos se esquecem é que se estamos construindo hoje, as empresas do futuro, quais são as características que os profissionais que vão atuar nesses cargos precisam ter?
Não é incomum ver em job descriptions para vagas em startups e empresas inovadoras os pré requisitos “resolutividade” ou “espírito empreendedor”. Apesar de equivocado, o sentido de ser um profissional inovador está presente e onde mais seria o lugar ideal para aprender tudo isso que não a comunidade de inovação? A comunidade também gera talentos profissionais muito diferenciados e não somente empreendedores.
Segundo a PUC-RS o intraempreendedorismo surgiu exatamente dessa busca incessante das empresas por fazer a diferença em um mercado cada vez mais competitivo. O que antes era um diferencial para contratantes, tornou-se hoje o diferencial para conquistar maior empregabilidade, principalmente em áreas mais concorridas e competitivas.
Afinal de contas, o conceito do SEBRAE para uma pessoa intraempreendedora é alguém que “busca por novas oportunidades de negócio, conquistar novas fontes de renda para a empresa, se comunica de forma mais ativa com a equipe e reduz desperdícios na linha de produção.” Quem não gostaria de ter assim na sua empresa?
Tambaqui Valley e seu case de talentos
Aqui na Tambaqui Valley sempre tivemos as portas abertas para todos que quisessem aprender sobre empreendedorismo e inovação. Nunca foi exigido que você tivesse uma ideia ou estivesse desenvolvendo algo para participar das nossas reuniões e talvez esse tenha sido um grande diferencial para o desenvolvimento da atual segunda geração de talentos para o ecossistema de inovação. Além de mim, que estou atuando na Se Candidate, Mulher!, temos mais pessoas ativas em aceleradoras e incubadoras nacionais.
A comunidade proporciona isso quando:
- Ensina a resolutividade de problemas com base na validação. Falhar rápido e ter um olho treinado para encontrar problemas e solucionar problemas tornam a pessoa profissional um grande destaque e com diferencial.
- Possibilita conexões e network. Existem poucos lugares onde você pode sentar e conversar com um empreendedor, founder ou ter acesso a grandes lideranças como no ecossistema de inovação.
- Dá oportunidades de crescimento profissional. Quando têm acesso a mentorias, vislubram novas carreiras ou possibilidades que são pouco faladas durante a vida acadêmica. Até mesmo quando podem, de forma voluntária, oferecer serviços para aprimorar ou gerar portfólio.
Fuga de talentos seria um problema?
Para comunidades que estão fora do eixo sul-sudeste esse pode ser um grande problema. Para nós é comum e até profetizado em muitos momentos que quando profissionais começam a se destacar vão deixar o seu estado para atuar em outros estados em que “tudo acontece”.
Com a revolução nas formas de trabalho, as empresas começaram a entender que o remoto pode e funciona muito bem e isso gera oportunidades cada vez maiores para os talentos das comunidades da região norte e nordeste, sem a necessidade de mudança e podendo, agora, contribuir de maneiras diferentes para suas comunidades ajudando a desenvolver cada vez mais talentos.
E, para finalizar, gostaria de deixar alguns questionamentos …
- A sua comunidade desenvolve e dá a devida atenção para o intraempreendedorismo? Você está fazendo algo para que talentos sejam desenvolvidos aí para as startups que, muito em breve, vão precisar de mão de obra?
- Você que tem uma startup ou empresa inovadora, está olhando para os talentos de outras regiões? Está gerando oportunidades e entregando maior diversidade para seu time?